O espanhol Rafael Nadal conquistou neste domingo seu 10º título de Roland Garros ao atropelar sem dó o suíço Stan Wawrinka em três sets, parciais de 6-2, 6-3, 6-1, em pouco mais de duas horas de jogo.
Nadal, que começou o torneio como número 4 do mundo e passará a ser o novo número 2 a partir de segunda-feira, fechou com chave de ouro uma exibição num torneio em que não tomou conhecimento de todos os adversários que passaram por seu caminho, erguendo o troféu sem perder um set sequer.
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"Voltar à final e ganhar o décimo título aqui é incrível. Estou muito emocionado", foram as palavras do espanhol logo após o fim da partida, fazendo um esforço para falar em francês.
"O sentimento que tenho é indescriptível. A adrenalina que sinto jogando aqui é impossível de comparar com outro lugar. É o torneio mais importante da minha carreira", continuou.
Os número de Nadal impressionam: soma agora um 15º título de Grand Slam em sua 22ª final de um dos quatro grandes torneios. A conquista é sua 73ª no circuito ATP.
Nadal não vencia um Grand Slam desde Roland Garros em 2014, quando ainda era o número 1 do mundo. Após aquele troféu, começou um declínio na carreira, prejudicado por diversas lesões.
Após o surpreendente vice-campeonato do Aberto da Austrália neste ano, derrotado na final por Roger Federer, a temporada no saibro marcou a ressurreição definitiva de Nadal, que só perdeu um jogo neste ano nesta superfície, (quartas de final em Roma para Dominic Thiem) e conquistou os título em Monte Carlo, Barcelona e Madri.
Com a vitória deste domingo Nadal se vingou de Wawrinka, que o havia derrotado na única final de Grand Slam em que tinham se enfrentado, na Austrália em 2014.
Wawrinka havia vencido todas as finais de Grand Slam que disputou até este domingo, com vitórias em Roland Garros em 2015 e do US Open em 2016. Em 2018, porém, não teve qualquer chance diante de um imparável Nadal.
"Você é um exemplo. O que você está fazendo no tênis e no esporte é incrível", elogiou o suíço falando com Nadal, durante a cerimônia de premiação.
De início a fim
Desde o início Nadal deixou claro que entrou em quadra com sangue nos olhos e focado em entrar para a história.
No quarto game da partida, Wawrinka conseguiu salvar quatro break-points e empatar em 2-2, mas já mostrava um esforço herculano para se manter na disputa com o espanhol. Nos games seguintes, não deu para o suíço e Nadal aproveitou para deslanchar, fechando o primeiro set em fáceis 6-2.
No segundo set, o espanhol manteve o ritmo e quebrou o saque de Wawrinka no segundo game, logo abrindo 3-0. O jogo agressivo de Rafa machucava o suíço, finalista mais velho de Roland Garros (32 anos) desde 1973 e que havia passado por maratona de cinco sets nas semifinais contra o número 1 do mundo, o britânico Andy Murray. No restante da parcial, os dois tenistas mantiveram seus saques, o que resultou na vitória de Nadal por 6-3.
Wawrinka se mostrava claramente frustrado diante da atuação impecável do adversário. Mordia a bola, batia a cabeça com as cordas da raquete e chegou a quebrar uma no chão no último game do segundo set.
No terceiro set, Nadal continuou firme com seu saque e, com três quebras, fechou a parcial, a partida e o título em cômodos 6-1, após 2 horas e 5 minutos de jogo.
Nadal perdeu apenas 35 games na campanha rumo ao título, ficando perto do recorde do sueco Bjorn Borg, que havia perdido 32 em 1978.