natação

Mundial de Budapeste marca ressurgimento da natação brasileira

Seleção brasileira de natação encerra Mundial com 12 finais, cinco medalhas e a constatação do início da nova etapa para o esporte do País

JC Online
Cadastrado por
JC Online
Publicado em 30/07/2017 às 18:58
Divulgação
Seleção brasileira de natação encerra Mundial com 12 finais, cinco medalhas e a constatação do início da nova etapa para o esporte do País - FOTO: Divulgação
Leitura:

A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) precisou contornar as crises política e financeira para formar a seleção que representou o País no Campeonato Mundial de Budapeste, na Hungria. Por conta do orçamento enxuto, a natação levou apenas 16 competidores, que voltaram para casa com o segundo melhor resultado da história do País na competição, igualando a marca apresentada na edição de Barcelona-2003. No total, foram 12 finais, cinco medalhas, sendo um de ouro e quatro de prata. Além disso, Ana Marcela Cunha faturou sozinha mais três pódios na maratona aquática: um ouro e dois bronzes. No quadro geral de medalhas, o Brasil ficou em 10º e em 9º na natação.

O resultado marca o ressurgimento da comunidade aquática do País e pode ser bastante comemorado pela natação. Afinal, o Mundial de Budapeste inicia uma nova etapa para a entidade esportiva. A antiga gestão liderada por Coaracy Nunes ficou no poder por quase 30 anos e acumulou fraudes, dívidas e desvio de dinheiro público. O novo presidente Miguel Cagnoni assumiu o cargo no último dia 9 de junho com a promessa de reformar o esporte nacional.

NADADORES UNIDOS

“Quero agradecer à Fina (Federação Internacional de natação) por ter dado a honra de usar a bandeira do Brasil, porque seria triste vir para cá, representar o País, e não poder vestir a nossa camisa. Agradecer à CBDA, ao senhor Miguel, por ter feito um trabalho lindíssimo nesse último mês. A equipe está totalmente unida, feliz. Porque a gente sabe que pode opinar, que a gente pode deixar um legado para a geração que está vindo”, argumentou João Gomes Júnior, medalhista de prata nos 50m peito. Ele se referiu ao pedido de 17 federações estaduais para que os nadadores não utilizassem a bandeira do Brasil durante o Mundial, a ação seria uma resposta às últimas mudanças na entidade.

Na piscina, o grande destaque ficou com a pernambucana Etiene Medeiros, que faturou a única medalha de ouro da natação, nos 50m costas. As quatro pratas da seleção foram conquistadas pelo revezamento 4x100m livre (Cesar Cielo, Bruno Fratus, Marcelo Chierighini e Gabriel Santos), por Fratus (50m livre), Nicholas Santos (50m borboleta) e João Gomes (50m peito).
O resultado geral de Budapeste-2017 superou Kazan-2015, que teve quatro medalhas (três pratas e um bronze) e 10 finais. Para se ter uma ideia, a melhor campanha apresentada pela natação do Brasil foi em Roma-2009, com 18 finais. Vale lembrar também do frustrante resultado dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, no ano passado, quando a seleção não levou uma medalha sequer. Apenas Etiene avançou à final dos 50m livre.

Em relação às Olimpíadas, o resultado do Mundial também preocupa. Das 12 finais, apenas sete são de provas olímpicas. Das medalhas conquistas, apenas duas provas fazem parte do programa dos Jogos: os 50m e o revezamento 4x100m livre. Inclusive, a equipe do revezamento voltou ao pódio após um jejum de 24 anos e Fratus levou a prata com seu melhor tempo da carreira. Ainda faltam três ano para Tóquio-2020. Até lá, os nadadores terão tempo para trabalhar novos objetivos e testar novas estratégias.

Últimas notícias