A Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) afirmou nesta quinta-feira que a Rússia ainda não atendeu todas as suas exigências para voltar às competições internacionais e manteve o país de fora dos Jogos Olímpicos de Inverno, que será disputado em PyeongChang, na Coreia do Sul, em fevereiro do próximo ano.
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A decisão, anunciada nesta quinta-feira em Seul, não é definitiva. Mas é um grande obstáculo para a Rússia conseguir entrar nos Jogos de Inverno. O país está suspenso desde 2015 após denúncia de uma investigação independente da Wada, que apontou doping sistemático e com apoio do governo no esporte russo. A decisão final vai acontecer na reunião do Conselho Executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI), entre os dias 5 e 7 de dezembro.
As denúncias iniciais alcançaram somente o atletismo. Mas, depois, novas informações levaram a denúncias de troca de amostras de atletas russos por parte de integrantes do governo durante a disputa dos Jogos de Inverno de 2014, em Sochi, na própria Rússia. Como resultado das investigações, russos do atletismo não puderam competir na Olimpíada do Rio-2016.
Agora os atletas russos correm o risco de ficar de fora dos Jogos de Inverno porque as entidades do país não atenderam dois requisitos exigidos pela Wada. "Após definirmos um caminho para a Rússia atingir o estágio de compliance no esporte, há dois itens que ainda não foram cumpridos", afirmou o presidente da Wada, Craig Reedie, que também reconheceu avanços no esporte russo.
Os dois itens não atendidos até agora são: a Rússia deve aceitar publicamente o resultado das investigações que constam no relatório de Richard McLaren, que deu início a todas as denúncias, e deve permitir o acesso a todas as amostras de urina dos seus atletas coletadas durante o período citado nas investigações.
Rússia diz que já fez "tudo que podia" para ser liberada
Em resposta à decisão da Wada, o diretor geral da Agência Antidoping da Rússia, Yuri Ganus, afirmou que a entidade já fez tudo que podia para ser liberada da suspensão. "Nós atendemos a todas as exigências que dependem de nós. Há dois pontos que não são nossas prerrogativas. Infelizmente, não foram cumpridas", lamentou.
Já o presidente do Comitê Olímpico da Rússia, Alexander Zhukov, voltou a negar qualquer apoio do governo aos casos de doping. "Nós negamos absolutamente a existência de qualquer sistema de doping apoiado pelo estado", declarou o dirigente esportivo. "Está claro que o apoio incondicional ao Relatório McLaren é impossível. E isso não deveria ser obstáculo para a total aceitação da Agência Antidoping da Rússia."