As duas sequências de rebaixamentos nos últimos 12 anos estão sendo sentidas pelo Santa Cruz nesta temporada. De volta a Série C do Campeonato Brasileiro, o clube vive uma guerra a cada dia para se manter funcionando. A missão de comandar o resgate da Cobra Coral ficou à cargo de Constantino Júnior. Presidente eleito até o fim de 2020 e que dirigiu o futebol do Arruda nas últimas sete temporadas.
O Santa Cruz custa cerca de R$ 800 mil por mês para funcionar todos os setores. A receita atual do clube gira em torno da metade do gasto. Precisando de dinheiro para pagar as contas, o mandatário coral encontrou as quantias fixas adiantadas no início da gestão. Por isso, precisou reduzir o quadro de funcionários, buscar parcerias, fazer um planejamento a médio e longo prazo, e muito esforço para manter o clube ativo em todos os departamentos.
“Estamos fazendo uma ginástica financeira. Há pouco tempo estávamos na Série A. Pela estrutura, estádio, tamanho, número de funcionários, é um porte muito grande. E uma queda de divisão e receita dessa maneira é um prejuízo grande. Além disso, as receitas, que já eram poucas, foram antecipadas. Então, buscamos reduzir os custos fixos para reduzir as despesas e junto com isso um trabalho de identificação e dimensionamento para a Terceira Divisão. Mas tem coisas que não podem parar. Dia a dia fazemos um exercício e esforço grande”, afirmou o presidente.
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Sem contar com as milionárias cotas de transmissão da televisão, o Santa Cruz tem a receita dos sócios como a maior fonte de renda fixa. Cerca de 5 mil associados estão em dia. Acreditando na força da torcida para tirar o time da Série C, o clube conseguiu realizar a maior contratação da temporada - o volante Carlinhos Paraíba - com o apoio dos tricolores por meio do projeto de financiamento coletivo “Camisa 12”. Uma alternativa diante das dificuldades para montar o elenco de 2018 e reforçar na reta final da temporada.
“Entrou a questão da credibilidade da gestão e o fato de acreditar nas pessoas que formam a diretoria. Valeu muito a confiança que foi depositada nas pessoas que fazem o futebol. Mesmo os resultados não acontecendo, estamos conseguindo honrar os compromissos”, declarou Tininho, como é mais conhecido o presidente Constantino Júnior.
Além do projeto “Camisa 12”, a torcida ajuda o Santa Cruz também na construção do Centro de Treinamento com o grupo “Tricolores do CT”. “O debate honesto e sincero sempre é positivo. São ações de fundamental importância para engrandecer a gestão”, acrescentou o mandatário.
PASSIVO
Priorizando o pagamento do carro-chefe, o futebol, o Santa Cruz trabalha para quitar as dívidas e colocar em dia o pagamento dos funcionários do administrativo. A ideia da diretoria é separar o passado e o presente para avançar com o passivo e ativo visando no futuro o clube equacionado com menos débitos. “O trabalho está acontecendo para reduzir de forma inteligente. O nosso calo é a Justiça do Trabalho. Estamos tentando carimbar uma receita direito para lá. Não existe solução para agora, mas o foco está sendo diminuir as dívidas de todas as maneiras”, finalizou Constantino Júnior.