SÉRIE C

Multidão no Arruda sela reconciliação do Santa Cruz e sua torcida

Atmosfera de decisão fez o Arruda se tornar palco de uma festa nas arquibancadas

Diego Borges
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Diego Borges
Publicado em 20/08/2018 às 7:30
NE10
FOTO: NE10
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Esse domingo (19) foi de reconciliação no Arruda. Foi uma dia para o torcedor do Santa Cruz deixar de lado os dois últimos rebaixamentos e a insatisfação com os problemas estruturais do clube e voltar a apoiar o time de forma incondicional, como num passado não tão distante, em 2013.

Nas ruas, antes do jogo, os bares e as paradas de ônibus no caminho do estádio já davam ideia de que não seria um dia comum na cidade. E a Avenida Beberibe, como de costume em dias de decisão, se tornou um mar em três cores.

Bastou o ônibus apontar de longe, junto com as sirenes dos batedores. Gente de toda idade, de toda cor e credo se misturou em uma só massa sincronizada para cantar em apoio aos jogadores. Foi difícil achar espaço. Todos queriam tocar o veículo, como símbolo de devoção. Todos queriam fazer parte daquele movimento, como se fossem levar o time nas costas até o gramado.

No desembarque, mais festa, cantos de incentivo e idolatria aos líderes do elenco. Alguns torcedores mais entusiasmados não conseguiram conter a emoção e foram às lágrimas. Era um dia especial e todos ali sabiam disso.

Apesar da festa, do outro lado do estádio, na Avenida Canal, o choro tinha uma outra natureza. O bloqueio organizado pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar na entrada do portão nove provocou tumulto, contido com spray de pimenta e balas de borracha. Um contraste recorrente em jogos de grande presença do público.

Lamentações à parte, dentro do estádio o clima de confraternização era ainda mais evidente. Por mais que um ou outra opinião fosse divergente, o peso de jogo decisivo deixava de lado a vontade de ganhar ‘no grito’ algum debate com o colega ao lado.

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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UM ARRUDA PULSANTE

Time em campo, sob aplausos em uma recepção calorosa. Mesmo com a distância entre o gramado e o setor das sociais, dava para perceber que a emoção também tomava conta dos jogadores e da comissão técnica do Santa Cruz. Salva algumas exceções, muitos viram pela primeira vez - e provavelmente a única - o Arruda pulsando em um só ritmo.

Bola rolando e a festa continuou. Agora, com os primeiros ensaios de cobrança. Ainda assim, até os mais desconfiados demonstravam uma certa segurança, com base no futebol apresentado pelo time em campo.

Mas o que vale é bola na rede. E no decorrer do primeiro tempo, porém, a segurança deu lugar à impaciência aos poucos. Os erros de finalização deixavam margem para uma das leis mais impiedosas do futebol: ‘quem não faz, leva.’ E ninguém ali queria testar a eficiência desse folclore.

Só aos 45 minutos, a ansiedade voltou a perder espaço para os sorrisos. E para o grito de gol. Dos pés experientes de Vitor, que passaram meses sem pisar o gramado do Arruda no último descenso, um chute certeiro. Um gol emblemático e merecido.

O segundo tempo serviu para lembrar ao torcedor que a decisão contra o Operário-PR tem mais 90 minutos a ser jogados no próximo domingo. Não tem nada ganho. Muito pelo contrário. Mas se fosse pra ser fácil e sem emoção, este texto não seria sobre o Santa Cruz.

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