A perda do acesso à Série B do Campeonato Brasileiro vai demorar para ser digerida no Arruda. Além de se manter longe das divisões de elite, o Tricolor terá mais uma temporada de calendário curto e correrá novamente o risco de atravessar meses de inatividade, como acontecerá nos próximos três meses, além da pré-temporada de dezembro.
A curto prazo, sem jogos oficiais a disputar até o final do ano, o clube fica afastado de uma das suas principais receitas, que é a bilheteria do Arruda, dificultando a manutenção do pagamento de salários dos atletas que têm contrato em vigor. Além disso, o Tricolor pode encontrar dificuldades em renovar contrato com jogadores do atual elenco que possam interessar para a próxima temporada.
Os problemas se tornam ainda maiores se observada a situação a longo prazo. Com o fim das transmissões dos jogos da Série C pelo canal Esporte Interativo, a exibição do campeonato para a temporada 2019 está sob total incógnita. Apesar de não haver um contrato específico entre os clubes da Terceira Divisão e o extinto canal, o alcance de ter a marca do clube exibida em rede nacional, ainda que na TV por assinatura, dava um poder de barganha maior com os anunciantes.
Até mesmo a negociação pontual de transmissão com uma outra emissora de TV, nem que seja de sinal aberto, deve enfrentar dificuldades, tendo em vista o formato da competição, com dois blocos de clubes regionais. Nesta temporada, por exemplo, os jogos do Grupo B não foram transmitidos pelo Esporte Interativo, ao contrário do Grupo A, onde o Santa Cruz esteve inserido.
Com o cenário incerto para o futuro, a Cobra Coral terá que se inspirar no passado para reagir. Foi assim em 2011, 2012 e 2013, quando o clube chegou até mesmo a frequentar a Série D, mas conseguiu títulos e acessos, voltando para a Série B. A tarefa, contudo, será difícil.
