Ainda faltam 16 dias para o carnaval, mas ontem à noite o Aeroporto Internacional do Recife virou palco de uma enorme folia preta e vermelha. “Voltei Recife”. O hino imortalizado por Alceu Valença mais parecia o enredo do retorno do atacante André, que havia dito que foi “a saudade que lhe trouxe”. O “pelos braços” do fim do verso quem se encarregou foi a torcida do Sport, que literalmente fez isso, quase levantando o jogador como se fora um estandarte símbolo de gols.
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Quase mil pessoas compareceram ao local. Não tinha orquestra de frevo, mas parecia. Os rubro-negros não pararam de fazer barulho para receber de volta o antigo (e promessa de ser o atual) artilheiro do time. A área de desembarque mais parecia uma imensa arquibancada. Faixas e bandeiras do Sport por todo o lado. Pessoas se espremendo para disputar o melhor lugar e tentar ver André. Foi o já famoso #AeroSport, recepção da torcida rubro-negra no aeroporto. A saudade, de fato, era recíproca.
Por volta das 22h, as portas se abriram e o ídolo apareceu. Mais parecia um gol. Delírio da multidão em êxtase. André sorriu e pareceu realmente impressionado com o tamanho da festa preparada. No mesmo instante, André foi cercado por vários seguranças que tentaram, em vão, proteger o atacante. Antes mesmo de passar pelo público houve empurra-empurra na hora de (tentar) falar com a imprensa.
“Primeiro é agradecer à diretoria que fez esse esforço tão grande para me trazer. Agradecer ao presidente (Arnaldo Barros), ao Alexandre (Farias, diretor de futebol), à torcida. Esse carinho aí acho que não tem preço. Isso me motivou muito a vir pra cá”, disse André.
Natural do Rio de Janeiro, André, aos 26 anos, já atuou em diversos clubes como Santos, Dínamo de Kiev (UKR), Bordeaux (FRA), Atlético-MG, Vasco, Corinthians e Sporting (POR). Nos dois últimos clubes, tentou, sem sucesso, repetir o desempenho no Leão em 2015, quando disputou 34 jogos e marcou 14 gols, sendo o artilheiro do time. A expectativa - dele e da torcida rubro-negra - é que consiga reencontrar seu melhor futebol e ajudar o Sport a fazer outra campanha histórica como a daquele ano em que ficou em sexto lugar no Brasileirão. “Agora é não falar muito e ir logo treinar. Já matei a saudade da torcida. Agora é matar a saudade da Ilha (do Retiro) e dos jogadores”, resumiu André.
CONTRATO
Tempo para isso o jogador terá de sobra. O Leão agora detém 70% dos direitos de André, que assinou contrato com duração de cinco anos. “Pelo Sport tudo. Fiz o maior esforço pra vir pra cá e estou nesse aperto com minha filhinha Anny de oito meses porque quero que ela conheça o nosso ídolo. Vale tudo o sufoco pra receber esse nosso atacante que só vai dar muita alegria a nossa torcida. Isso é Paixão!”, disse o porteiro Raime Bastos.