Os 40 anos completados neste domingo (9) chegam acompanhados por novo discurso e novas metas pessoais para o ídolo rubro-negro Magrão. Diferentemente do passado, o goleiro demonstra agora interesse pelos recordes e revela que sonha em estabelecer mais um na Ilha do Retiro. Depois de se tornar o atleta com mais partidas com a camisa do Sport (629, no momento), o paredão quer entrar para a história como o maior campeão pelo clube. Nesse caso, vai precisar de, ao menos, mais dois títulos – tem oito, um a menos do que o ex-atacante Leonardo.
“Ainda me faltam títulos. Tenho oito, mas ainda estou atrás de mais dois. Quero chegar a dez. Quero me tornar o jogador com maior número de títulos e ainda aumentar o recorde de partidas pelo clube”, afirmou o agora quarentão Magrão, que tem contrato com o Sport até dezembro de 2018. “Se você não tiver objetivos, começa a ir devagar e vai parando. Temos que colocar um algo a mais para ir atrás, para não parar, para não ficar na mesmice. Então, tenho agora essas metas”, completou.
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Questionado se o recorde de títulos seria suficiente pra lhe conferir o posto de maior jogador da história do Sport, Magrão esquiva-se. Não diz nem que sim, nem que não. Passa a bola para os rubro-negros. “Futebol muda rápido. Se você está bem, dizem que é o melhor de todos. Se erra, é o pior. Só sei de uma coisa: com essa camisa tenho sido bastante fiel, comprometido. Minha consciência é limpa e tranquila quanto à honestidade com clube e torcedor. Se vou ser o maior jogador da história, a torcida é quem vai dizer”, disse.
Essa condição de ídolo, o goleiro sabe que vai muito além do fato de ser um “monstro” de baixo das traves. Tem também a ver com a sua postura fora de campo. “Acho que passo exemplo positivo, de dedicação, comprometimento. Desde que cheguei ao clube sempre procurei honrar essa camisa, não só dentro como fora de campo. Sei que dentro ajuda, mas fora é fundamental”, disse.
Magrão reconhece que nem em seus melhores sonhos imaginava ter uma vida tão longa no futebol. Com atuações impecáveis na temporada, o camisa 1 diz não sentir o peso da idade, mas reconhece que as críticas passam a ser mais duras com ele a partir do momento que cruza a barreira dos 40 anos. “Pelo dia a dia, pelo trabalho, pelas partidas... estou com 40 anos e me sinto como se tivesse vinte e poucos. Mas, sinceramente, nem esperava jogar com essa idade e nesse nível”, disse. “Já convivo com isso (críticas). Todo gol que eu levo nos últimos anos há sempre quem diga: ‘Poxa, tomou gol porque está velho, não tem mais força’. Isso é coisa que eu tenho que encarar com normalidade. Mas sei que os gols que tomo, goleiros de 20 e poucos anos também tomam”, completou.
O camisa 1 faz questão de dividir com a família o sucesso em campo. “Uma das coisas que ajuda bastante é a vida extracampo. Se não tivesse uma vida regrada, controlada, não chegaria a essa idade jogando. Também o fato de estar preparado mentalmente e ter uma família, principalmente a minha esposa, que me ajuda e apoia”, disse. “Olhando para trás e vendo de onde saí e onde cheguei, só tenho que agradecer a Deus pelas oportunidades que recebi. Posso bater no peito e dizer que sou um vencedor”, completou o ídolo Magrão.