É perceptível a empolgação do técnico Nelsinho Baptista nos trabalhos realizados na pré-temporada do Sport. Depois de oito anos e meio trabalhando no futebol japonês, é possível ver que o simples fato de falar o seu idioma e ser compreendido por todos do grupo já transmite uma satisfação no treinador. Mas nem tudo são flores. Voltar ao clube em que fez história - foi campeão da Copa do Brasil em 2008 - tem os seus ônus. Ainda mais neste momento em que se encontra o Leão: orçamento enxuto, perdas de atletas importantes, contratações modestas e pressão para conquistar o Estadual, ir bem na Copa do Brasil e não sofrer sustos na Série A, já que nas duas últimas temporadas quase foi rebaixado. Os desafios serão enormes.
“Estou me sentindo muito feliz de voltar a uma instituição tão grande como o Sport. Vou trabalhar para fazer uma nova história, porque 2008 faz parte do passado do clube. Agora é pensar no futuro e começar a construir um novo caminho para conseguir objetivos maiores”, contou Nelsinho Baptista ao site oficial do Leão, ciente da expectativa que ele gerou ao retornar ao comando leonino.
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Talvez o principal desafio que o treinador terá neste início de trabalho é o de superar as perdas de peças importantes no elenco (Diego Souza, Patrick, Mena e, possivelmente, Rithely) e não ter uma reposição à altura. Até o momento, a diretoria rubro-negra só acertou com jogadores que chegam para ser coadjuvantes: o meia Pedro Castro, o zagueiro Léo Ortiz, e os laterais Felipe Rodrigues e Capa. A única exceção é Marlone. Apesar da dura realidade, Nelsinho está confiante em dar liga ao grupo que tem em mãos. “Temos um elenco de qualidade. Sempre acompanhei o Sport e, logicamente, vejo que a qualidade individual do grupo é boa. Agora tenho de fazer essa qualidade individual render coletivamente em prol do time”, explicou Nelsinho.
Esse ponto levantado por Baptista é de extrema importância. Nos dois últimos anos, com tantas trocas de treinadores (seis ao todo), o Sport não apresentou um bom padrão tático e deixou a desejar no aspecto coletivo. Com isso, o que se viu na Série A do ano passado, por exemplo, foi uma equipe completamente desequilibrada em campo. Se por um lado os rubro-negros tiveram dois dos principais artilheiros do Brasileirão - André (3º, com 16 gols) e Diego Souza (6º, 11 gols) -, por outro terminou a competição com a pior defesa: 58 gols sofridos.
AJUDA
Para superar essa dificuldade, Nelsinho conta com a ajuda de um velho conhecido, que é Daniel Paulista. “A minha relação com Daniel é tranquila. Trabalhamos juntos aqui, quando ele jogava. Isso é bom porque já sabe a minha filosofia, eu o conheço bem... Certeza que vamos fazer parceria boa”, falou.
Diante da fragilidade dos adversários e da discrepância financeira para os rivais Náutico e Santa Cruz (folha salarial de ambos gira em torno de R$ 200 mil), o primeiro objetivo de Nelsinho é fazer prevalecer o favoritismo do Sport e faturar o Pernambucano, competição que conquistou em 2008 e 2009.
Além da meta inicial, a expectativa é que Baptista faça o Sport ter vida longa na Copa do Brasil, torneio que conhece bem e que neste ano está extremamente rentável.