A Copa do Mundo deixou ensinamentos dentro das quatro linhas. A cada partida disputada nos gramados russos era uma oportunidade de analisar novos conceitos táticos que estão sendo utilizados pelo mundo afora e, quem sabe, colocar em prática em nossos clubes. No Sport, o técnico Claudinei Oliveira ficou satisfeito pelo fato de o Mundial da Rússia ter ajudado a desmistificar a utilização do futebol reativo, que ele busca implementar na equipe leonina.
“Aqui no Brasil a gente vê muitas críticas em cima daqueles times que jogam de maneira reativa, com menos posse de bola, mas sempre organizados. Então, uma coisa boa que aconteceu nessa Copa foi de acabar com esse mito. Algumas seleções, mesmo podendo escolher os melhores jogadores de seu país, optaram por baixar as linhas, com marcação forte e fazer um jogo de transição quando se está com a vantagem do placar ou contra adversários mais qualificados. Dessa maneira você consegue os resultados. O Uruguai fez isso contra Portugal, nas oitavas de final. A Rússia também diante da Espanha. Se fecharam e, mesmo marcando o gol, mantiveram a estrutura tática. Aos que criticam o fato de as partidas não estarem saindo muitos gols é porque os times menores estão ficando mais organizados. Deixando de marcar de maneira individual, pois acaba deixando muitos espaços no campo. Hoje, para marcar, só é baixar as linhas”, explicou Claudinei.
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Além do futebol de transição, o treinador rubro-negro também enxergou outros entendimentos futebolísticos que foram aplicados em algumas seleções durante a Copa e que ele busca utilizar no Sport. “O Uruguai defensivamente é muito consistente. A linha de quatro deles não se desmonta. Coisa que a gente também procura evitar de acontecer. Contra Portugal, em alguns momentos, eles sequer abriam os laterais para pressionarem a bola e permitiam o cruzamento, mas não desmontavam a linha. Isso já acho demais. Gosto que pressione. Isso vai de equipe para equipe”, contou.
No setor ofensivo, a inspiração está nas seleções semifinalistas. A Bélgica é uma seleção muito vertical. A própria França. Quando roubam a bola partem para o ataque. Contra o Brasil, os belgas roubavam a bola e eram transição pura, sempre buscando finalizar em gol. Toda equipe que, quando tem a bola, mostre essa vontade de fazer o gol, me inspira”, afirmou Oliveira.
SELEÇÃO PARA NÃO SE INSPIRAR
Já a antítese de como o técnico do Sport entende o futebol foi apresentado pela seleção espanhola. “A Espanha faz exatamente o contrário do que penso. É legal ficar com a bola, trocar passes, mas tem momentos que eles abrem mão de fazer o gol. Ficar 80% com a posse também é uma maneira de se defender, sendo que tem hora que o jogo fica monótono. Uma hora não tem jeito e vai perder a bola, sofrer o contra-ataque e pode tomar um gol. Penso que sempre que o time tem a bola é uma chance de fazer o gol e não para ficar tocando. Claro que, com o placar em vantagem, é natural ficar com a bola e ganhar tempo”.