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Dubeux aponta crise e saída de Diego Souza para explicar má fase do Sport

Vice-presidente executivo do Sport falou sobre crise financeira, técnica e política no clube

Diego Borges
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Diego Borges
Publicado em 13/09/2018 às 11:39
Foto: André Nery/Acervo JC Imagem
Vice-presidente executivo do Sport falou sobre crise financeira, técnica e política no clube - FOTO: Foto: André Nery/Acervo JC Imagem
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A crise que assola o Sport no últimos anos, acentuada na atual temporada com atrasos de salários, briga contra o rebaixamento na Série A e processo de impeachment requerido por parte da torcida, pode ser explicada em três aspectos: econômico, técnico e político.

Em entrevista à Rádio Jornal, o vice-presidente executivo do Sport, Gustavo Dubeux, destrinchou os problemas que assolam a atual gestão do clube. Apesar de enxergar o presidente executivo Arnaldo Barros como o melhor indicado a porta-voz da situação atual, Dubeux culpa a crise econômica do país como principal ponto de desequilíbrio financeiro do clube.

"Eu não sou a pessoa ideal para fazer isso, mas o próprio presidente Arnaldo Barros seria essa pessoa. Acompanhando a gestão, posso testemunhar o esforço que ele vem fazendo para equilibrar o clube. Tem que dar um desconto. O Sport, como todo clube, empresa e a própria sociedade, vem passando por uma crise que atingiu o país no últimos três anos", destacou.

ECONOMIAS COMPROMETIDAS

Para Dubeux, o clube sofre com a retenção de valores a receber, que desencadeam uma série de outros problemas na gestão. "Houve frustração de receitas e de patrocínios. O Sport teve que fazer uma reformulação na sua equipe, que é trabalhosa. Você compete com clubes ricos do Sul, que tem um orçamento maior que o Sport. Fica muito difícil. Temos atraso de folhas de pagamento - que não acontecia - em função dessa crise", apontou.

O dirigente, no entanto, acredita que a atual gestão encerrará a temporada sem dívidas e entregar o clube e livre de antecipações de receitas dos próximos exercícios. "Com muito trabalho, acredito que Arnaldo vai encerrar o ano com as contas em dia e passar o clube em boa condiçao para quem vai assumir. Ele não teve nenhum exercício de antecipar receita."

QUESTÃO TÉCNICA

Sobre a queda acentuada do nível técnico do elenco nas últimas temporadas, o vice-presidente do Sport ressalta a ponderação necessária para montar o elenco, apontando que é possível realizar um investimento maior com salário de um jogador mais caro que os demais, desde que haja o rendimento desejado em campo.

"O jogador caro, o valor dele pode se pagar. Um salário hoje de um clube na Série A em torno de R$ 200 mil é considerado alto. Mas se o jogador tiver contribuindo e o clube tiver bem, se paga com receitas. A torcida vai a campo, compra camisa e tem uma renda boa. Ruim é ter o cara um salário alto e ele não render. Sou a favor de um salário que o clube possa pagar. É importante ter um jogador de qualidade, mas se ele tiver ruim, é pior. Mas se tiver um que ganha pouco e não tiver rendendo é ruim também", afirma.

Gustavo Dubeux relembra a a saída de Diego Souza para o São Paulo como um marco que acentuou o desequilíbrio técnico da equipe, que hoje ronda a zona de rebaixamento para a Série B.

"Houve uma perda. O time se desorganizou no setor de meio de campo, que considero como o coração do time. Era um cara que dava contenção para ajudar a zaga e ainda fazia gols. E não se conseguiu um substituto à altura."

Apesar dos problemas, o dirigente acredita que o time encontrou maior consistência nos últimos reforços para brigar na reta final da competição. "A diretoria está trabalhando. Trouxeram volantes que dão mais pegada e o torcedor rubro-negro precisa acreditar para tirar o Sport dessa situação", complementa.

BASTIDORES EM CHAMAS

Em meio a tudo isso, o Sport ainda respira um clima de forte divergência política nos bastidores. Com a imagem desgastada perante grande parte da torcida e um processo de impeachment, o presidente Arnaldo Barros é o principal alvo de ataques. Para Dubeux, as críticas não são vistas como a melhor saída para o momento difícil.

"Não adianta olhar e criticar o presidente por isso ou aquilo. Sou testemunha do esforço. Quem gosta do Sport tem que colaborar para sair da situação", e acredita na recuperação ainda em 2018. "Os problemas serão resolvidos. O Sport vai encerrar o ano com as contas em dia e com tranquilidade para quem vem assumir o clube no próximo biênio."

ELEIÇÕES

Presidente do biênio 2011 e 2012, e apontado como um dos principais pivôs do estabelecimente de uma saúde financeira no Sport, Gustavo Dubeux rejeita ter o nome como cabeça de chapa nas eleições de dezembro, mas se mostra disposto a apoiar o próximo mandatário do Leão.

"Agradeço aos rubro-negros que têm lembrança do meu nome. Independentemente de quem estiver na diretoria, vou ajudar sempre. No momento, não tenho condições de assumir. Ano passado entrei em uma condição diferente para ajudar o companheiro Arnaldo e vou fazer até o final do seu mandato. Estarei junto para quem for eleito. Mas hoje você precisa trabalhar duas vezes mais, em função da situação que estamos passando. As pessoas precisam se dedicar mais aos seus próprios negócios", justificou.

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