A nau rubro-negra novamente à deriva em 2018. Pela terceira vez na temporada, o Sport fica sem comandante. E pela segunda oportunidade no ano, a diretoria do futebol é dissolvida. Na última segunda (24), o técnico Eduardo Baptista, o auxiliar Gustavo Bueno, os diretores Leonardo Lopes, Luciano Bivar Filho e Júlio Neto e o vice-presidente de futebol Guilherme Beltrão abandonaram o barco. Em nove meses, Claudinei Oliveira e a “Família Baptista” fracassaram. Na cúpula, o próprio presidente Arnaldo Barros e Beltrão até tentaram corrigir as coordenadas. Mas a verdade é que o rubro-negro caminha, a passos largos, para naufragar para a Série B. A Segundona seria a âncora final depois de tantos erros na temporada inteira. Para evitar isso, a aposta em novo comando: Laércio Guerra como VP de futebol e perto de confirmar Milton Mendes, ex-Santa Cruz, como novo técnico.
Leia Também
A crise se originou já no fim do ano passado. Após Gustavo Dubeux deixar a vice-presidência de futebol, coube a Arnaldo Barros começar o ano como presidente do executivo e vice no carro-chefe do clube. Ao lado dele, o filho Rodrigo Barros, Augusto Carreras e Aluísio Maluf como diretores. No comando técnico, bola de segurança: Nelsinho Baptista, após oito anos no futebol japonês, voltou.
Uma década depois de conquistar a Copa do Brasil pelo Leão, Nelsinho retornava para liderar uma reformulação. Depois de três anos com orçamento alto e contratações de estrelas do futebol brasileiro, a realidade de 2018 era bem diferente. Sem Diego Souza e André e com dificuldades financeiras, o treinador percebeu que a missão seria bem mais pesada.
Os resultados, porém, não vieram. A queda na segunda fase da Copa do Brasil, quando abriu 3x0 e foi eliminado nos pênaltis para o Ferroviário-CE, forçou a primeira reformulação. No dia seguinte, Arnaldo Barros “se demitiu” da vice-presidência de futebol, retirou o executivo Alexandre Faria e desligou o filho Rodrigo, Carreras e Maluf. Guilherme Beltrão, que trabalhou com Nelsinho em 2008, voltava ao clube. Júlio Neto e Leonardo Lopes também chegaram como diretores de futebol.
Já o adeus nas semifinais do Pernambucano, para o Central, começou o “terrorismo” que culminou com a saída de Nelsinho, ainda na segunda rodada do Brasileirão. Ao contrário de 2009, o treinador saiu atirando, agravando a crise rubro-negra. A diretoria de futebol, mantida, apostou no nome de Claudinei Oliveira. Que deu esperança o Leão.
De candidato à queda para vice-líder do Brasileirão. Nos primeiros oito jogos, cinco vitórias, dois empates e só uma derrota. Mas aí, a parada da Copa, que serviria para entrosar o elenco, atrapalhou. Isso porque o Sport de Claudinei jogava no limite. E precisava ser reforçado. Só veio Jean, lateral-esquerdo do Atlético Tubarão, que jogava a Série D.
Sem evolução, o Leão foi engolido na Série A após o Mundial. Em dois meses, seis derrotas e dois empates em oito jogos. Claudinei Oliveira não aguentou a sequência e foi demitido. Depois do pai sair de forma conturbada, Eduardo Baptista assumiu o Leão em agosto. Passou oito partidas, com só uma vitória. Assim como Claudinei, sofreu com a falta de opções no elenco e com os salários atrasados, que hoje chegam a dois meses. Tentou de tudo, mas também fracassou, levando com ele toda a diretoria de futebol e o amigo Guilherme Beltrão.
ÚLTIMAS FICHAS
Agora, a cúpula rubro-negra apostará em Laércio Guerra. Apesar de nunca ter trabalhado diretamente com futebol, o novo VP já está na gestão desde a Era Martorelli, no marketing. Com ele, Aluísio Maluf volta. E o técnico Milton Mendes, muito perto de ser a última ficha para evitar a queda.