Embora seja comum um morador do condomínio assumir a função de síndico, é cada vez mais representativa a presença do profissional, que assume todas essas tarefas mas não vive no local. Para escolher o tipo de gestão, os especialistas aconselham que a avaliação deve levar em conta vários critérios, já que os dois casos têm suas vantagens e desvantagens.
O síndico profissional é contratado pelos condomínios e recebe uma remuneração mensal – em média R$ 1 mil – para fazer toda a gestão que a função concentra. O convencional é um morador eleito pelos vizinhos, que pode ser remunerado com a isenção da taxa condominial ou uma quantia mensal. Nos dois casos, pode ou não haver a contratação de uma empresa de administração de condomínios, para cuidar da folha de pagamento, administração de tributos e outras atividades, uma vez que o conjunto de apartamentos ou casas funciona quase como uma microempresa, com receita expressiva e obrigações fiscais, legais e trabalhistas.
Segundo o advogado e administrador de condomínios Inaldo Dantas, os maiores pontos a favor de um síndico profissional são o conhecimento técnico da área – administração, legislação, contabilidade etc – e a facilidade em resolver questões sem o envolvimento pessoal, uma vez que ele é não um morador. Formado em contabilidade, José Carlos Araújo, 38 anos, é síndico profissional há dois anos. “Nós conseguimos atuar com mais firmeza e de acordo com as leis e com as regras internas, porque não há o envolvimento emocional, incluindo cobrança de juros e multas, que afetam diretamente o orçamento”, diz José Carlos, que administra quatro condomínios.
Já a aposentada Vera Lúcia Campelo, 62 anos, vê outro aspecto do envolvimento emocional. Síndica há oito anos, ela afirma que o fato de ser morador faz com que o síndico tenha mais atenção e cuidado com o patrimônio, já que também é dele. “Aqui temos 90 apartamentos, conheço todos muito bem e me dou bem com todos os condôminos”, conta.
O presidente do Sindicato da Habitação de Pernambuco (Secovi-PE), Luciano Novaes, reconhece que a atividade é mais desgastante para um morador, que acaba exercendo a função quase que 24 horas, uma vez que muitos vizinhos não respeitam a privacidade do síndico. Mas ele também aposta na resistência do modelo convencional da gestão: “Um morador tomará conta melhor daquilo que também é dele. E é provável que tenha mais cuidado com o orçamento, por ter mais responsabilidade diante da comunidade”, comenta Novaes.
Ele e Inaldo Dantas recomendam que, nos dois casos, é importante que os condôminos participem das assembleias e mantenham um acompanhamento das ações, principalmente para evitar fraudes.