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Família de desembargadora sofre atentado no Ceará

De acordo com ele, os tios-avós da juíza passaram por uma sessão de tortura, quarta-feira (4), na casa onde moram, em Horizonte, na região metropolitana de Fortaleza

da Agência Estado
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Publicado em 09/01/2012 às 17:00
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O Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJ-CE) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estão apurando um suposto caso de atentado sofrido pela família da desembargadora Sérgia Miranda. Os dois órgãos investigam se o episódio foi alguma retaliação ao fato da magistrada ter decretado ilegais as greves dos policiais militares e dos civis.

A informação foi dada pelo coronel do Exército, Medeiros Filho. De acordo com ele, os tios-avós da juíza passaram por uma sessão de tortura, quarta-feira (4), na casa onde moram, em Horizonte, na região metropolitana de Fortaleza. Os idosos foram amordaçados e agredidos. A tia-avó da juíza teve os cabelos molhados com álcool. Os torturadores ameaçaram tocar fogo nela.

O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Nelson Calandra, está em Fortaleza acompanhando as investigações. Ele acionou as forças de segurança pública do Ceará. Segundo a AMB, a apuração será também acompanhada pela Diretoria de Prerrogativas de Segurança.

Calandra se encontrou, à tarde, com o governador do Ceará, Cid Gomes.

Pela manhã, ele esteve com a desembargadora Sérgia Miranda. Segundo ele, foram utilizadas armas de grosso calibre, e os idosos foram feridos com objetos cortantes. Demonstrando indignação com o ocorrido, Calandra disse esperar por uma pena alta para os envolvidos.

Na opinião dele, o episódio foi um atentado contra a democracia. "Não se pode aplicar a mesma punição da década de 1940, que penalizava esse crime do mesmo modo de quem roubasse o cavalo do meu avô", acrescentou.

Sérgia Miranda havia determinado a suspensão da greve dos policiais militares e bombeiros, na segunda-feira (02/01), dois dias antes do suposto atentado. Antes, em dezembro, ela havia considerado ilegal a greve dos policiais civis, que decidiram radicalizar a paralisação depois que os militares e bombeiros tiveram a metade de suas reivindicações atendidas pelo governo cearense. A greve da polícia civil segue sem acordo. O Exército e a Força Nacional de Segurança continuam em ação no Ceará.

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