Rogines Alves Domingues, pai da menina Maria Eduarda Ribeiro Domingues, de 4 anos, que morreu afogada em uma piscina do complexo hoteleiro Costa do Sauípe, no litoral norte da Bahia, no dia 9 de julho, prestou depoimento na tarde desta segunda-feira à delegada Diana Marise Lima, titular da Delegacia de Praia do Forte, onde o caso é investigado.
O depoimento, que havia sido adiado para que os pais da criança pudessem voltar a Poá (SP), onde moram, para o enterro da menina durou três horas. O conteúdo não foi revelado. A mãe, Dagmar Ribeiro, viajou com o marido, mas não participou do interrogatório - ela já havia contado sua versão do caso à polícia antes do retorno a São Paulo.
O advogado do casal, José Beraldo, confirmou a intenção da família de entrar com uma ação indenizatória de R$ 5,8 milhões contra o resort - mil vezes o valor pago no pacote de viagem - e disse ainda que vai pedir a interdição do complexo. Ele disse também esperar ter acesso às imagens das câmeras do sistema interno de segurança da Costa do Sauípe, que poderiam, segundo ele, elucidar o caso.
Segundo a versão dos pais, Maria Eduarda e o irmão mais velho, de 10 anos, brincavam em uma piscina infantil do resort, observados por eles, quando a menina desapareceu. Depois de alguns minutos, ela foi encontrada por um hóspede do complexo, já sem sentidos, na piscina para adultos localizada ao lado da primeira. O casal alega que não havia salva-vidas na área onde a criança se afogou e que os primeiros socorros foram prestados pelo hóspede que a encontrou.
Já o resort, por meio de nota, afirma que o salva-vidas que monitorava a região na hora da ocorrência estava a 25 metros do local onde a menina se afogou e demorou 20 segundos para começar o atendimento a ela. Ainda de acordo com a nota, a menina foi encaminhada, de ambulância, ao centro médico do complexo, "onde recebeu atendimento imediato da médica plantonista".