São Paulo

Líder do PSDB diz que Haddad negocia com 'submundo' na cracolândia

Andrea Matarazzo questionou a postura do prefeito que não informou à polícia o nome de traficantes

Da Folhapress
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Publicado em 01/05/2015 às 15:09
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O vereador Andrea Matarazzo, líder do PSDB na Câmara Municipal de São Paulo, afirmou nesta sexta-feira (1°) que o prefeito Fernando Haddad (PT) é irresponsável e coloca em risco a população ao dialogar com o "submundo em vez de utilizar os instrumentos legais".

"O prefeito é completamente irresponsável. Ele sempre procura os caminhos do submundo em vez de a utilizar os instrumentos legais e institucionais. Já não é a primeira vez que acontece isso", disse.

O tucano também questionou a postura do prefeito que não informou à polícia quem eram os traficantes. "Se ele sabe quem são os traficantes, ele precisa passar para a polícia. Não avisá-la é colocar em risco os voluntários públicos e os dependentes químicos. É uma postura esquisita negociar com o tráfico para fazer desocupação".

Durante evento da CUT (Central Única dos Trabalhadores) nesta sexta em São Paulo, o secretário municipal Alexandre Padilha (Relações Governamentais) disse que o prefeito cuida do usuário e que não negocia com traficantes.

Já o secretário de Direitos Humanos e Cidadania da gestão Fernando Haddad (PT), Eduardo Suplicy, defendeu o prefeito e afirmou que conversaram com todos que exercem liderança na cracolândia, mas que ele próprio não saberia distinguir.

Assessores de Haddad conversaram com traficantes identificados com líderes na cracolândia, no centro de São Paulo, antes de a operação para remover barracas de usuários de drogas na última quarta-feira (29). O intuito era evitar violência. Mas, na desocupação, outros traficantes assumiram o papel de interlocutores.

Temendo descontrole, a prefeitura acionou a PM. Ocorria na região operação policial simultânea do governo estadual, não articulada com o município. Houve confronto, correria e feridos.

Indagado sobre a ação, Haddad não citou contato de auxiliares com traficantes. Disse, porém, que havia negociado com os usuários de crack, há pelo menos três semanas, sobre como seria a ação. No dia seguinte ao tumulto, a polícia fez patrulhas esporádicas na região.

"É uma inversão de valores total, você não pode ter um prefeito que coloca a população em risco. É uma atitude irresponsável com a cidade e está totalmente em desacordo com as disposições do cargo dele. Toda a vez em que a polícia interfere ele [Haddad] sai vociferando", criticou Matarazzo.

O vereador disse que vai se reunir com a bancada do partido, com os advogados e com lideranças de outros partidos para determinar quais são as medidas legais cabíveis.

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