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Fechado desde a última quinta-feira por falta de condições de receber o público, o Jardim Zoológico deverá ser reaberto pela iniciativa privada, de acordo com edital divulgado nesta terça, 19, pela Prefeitura do Rio. O projeto prevê até mesmo uma tirolesa de 14 metros de altura e com o mínimo de 60 metros de extensão que passará acima dos espaços ocupados por animais selvagens.
Apesar da privatização e do novo projeto, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou nesta terça (18) o pedido do governo municipal para a reabertura imediata do parque. A instituição do governo federal informou que só autorizará a volta dos visitantes depois que as obras emergenciais estiverem finalizadas.
O anúncio do investimento de R$ 66,6 milhões, no prazo de dois anos, pela empresa vencedora da concorrência não convenceu o Ibama e o Ministério Público Federal (MPF). Entre as obras de emergência, estão reformas nos setores fechados ao público (chamados de extras), onde os animais são recolhidos quando doentes, feridos ou estressados.
A empresa vencedora terá que construir espaço de quarentena, hospital veterinário, estação de tratamento de esgoto e um sistema que utilize pelo menos 60% da água de reúso. Outra exigência do edital é a recuperação e aproveitamento do prédio histórico do zoológico. O prazo de exploração será de 35 anos para a empresa ganhadora.
Uma passarela sobre a ala dos primatas também deverá ser construída. Consta ainda do projeto um cinema 4D e um teleférico, mas não são itens obrigatórios. O parque terá que contar com um restaurante de pelo menos 150 lugares e uma cafeteria com no mínimo 60 vagas. Ao todo, a reestruturação ocorrerá numa área de 120 mil metros quadrados, onde serão criadas seis áreas temáticas: primatas; aves; répteis, anfíbios e insetos; felinos e caninos; ursos; e savana.
Os animais não deverão ficar confinados como atualmente, mas separados por vidro ou barreiras naturais. Problemas nos recintos foram uma das razões para o Ibama embargar o zoológico na semana passada. O órgão federal exigiu que os espaços dos animais estejam limpos e com áreas de fuga, onde eles possam se esconder.
De acordo com a Secretaria Especial de Concessões e Parcerias Público-Privadas (Secpar), o projeto do zoológico foi feito com base em um estudo da Cataratas do Iguaçu S/A, empresa que administra o Parque Nacional das Cataratas do Iguaçu (PR), o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (PE) e também vai gerir o AquaRio, em construção na zona portuária do Rio. A empresa que ganhar a licitação terá de ressarcir a Cataratas do Iguaçu S/A em R$ 1,975 milhão pela elaboração do projeto.
Atual responsável pela administração do zoológico, a RioZoo continuará a existir, mas com o papel de fiscalizar a firma vencedora da licitação. Segundo o Ibama, a licitação em nada altera o embargo ao funcionamento.