SAÚDE

Estudo: filho de mulher com HIV deve ter desenvolvimento acompanhado

Entre os fatores que interferem na avaliação dos bebês está o ambiente em que eles vivem

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Publicado em 09/12/2016 às 17:22
Foto: Tânia Rêgo/ABr
Entre os fatores que interferem na avaliação dos bebês está o ambiente em que eles vivem - FOTO: Foto: Tânia Rêgo/ABr
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Filhos de mulheres portadoras do vírus HIV necessitam de acompanhamento do desenvolvimento físico e psíquico, indica pesquisa realizada na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O trabalho coordenado pela professora do curso de fisioterapia Cristina Cardoso de Sá acompanhou 54 bebês de soropositivas na Seção Núcleo Integrado de Atendimento à Criança de Santos, no litoral paulista.

Cristina explica que essas crianças podem ter problemas no desenvolvimento das habilidades devido a complicações causadas pelo vírus ou até pelos medicamentos contra a infecção. “Muitas vezes, o vírus mais o antirretroviral causaram um dano cerebral. Aí, uma intervenção mais direcionada a essa criança é necessária. Isso vai acontecer em um período mais precoce, pensando que é nesse período que a gente tem uma plasticidade cerebral maior”, disse para destacar a importância de um acompanhamento diferenciado nas primeiras semanas de vida.

Os testes que mediam o desempenho das crianças nos primeiros dias de vida (de 15 dias a dois meses e meio) indicaram resultados inferiores aos esperados nessa fase. Os bebês foram avaliados quanto a desenvoltura cognitiva, de linguagem e motora.

Desenvolvimento

Nas avaliações posteriores, no entanto, o desenvolvimento do grupo estudado se aproximou do esperado para a idade. “A maioria delas não manteve isso [baixo desempenho], apresentando um desempenho de médio a médio-baixo ou até mesmo médio-superior”, destacou Cristina que acompanhou as crianças até os 18 meses de vida.

Apesar de a maior parte das crianças avaliadas apresentarem melhorias, uma parte dos bebês continuou abaixo do esperado. “São crianças que a gente precisa ficar de olho, porque várias delas apresentaram desempenho inferior em relação à parte cognitiva e de linguagem. Em relação à parte motora se resolvia”, ressaltou a pesquisadora.

Entre os fatores que interferem na avaliação dos bebês está o ambiente em que eles vivem. “Estudos já estão sendo desenvolvidos analisando os outros fatores que interferem nesse desenvolvimento das crianças”, acrescentou.

O estudo avaliou ainda as impressões da equipe do núcleo sobre o trabalho desenvolvido pelos pesquisadores da Unifesp. De acordo com Cristina, as entrevistas indicaram que os trabalhadores do equipamento público acreditam que “o acompanhamento do desenvolvimento neuropsicomotor é fundamental”. Na avaliação dela, isso indica que há “uma demanda para o acompanhamento do desenvolvimento neuropsicomotor dessa população”.

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