RIO GRANDE DO NORTE

Detentos iniciam novo confronto no Presídio de Alcaçuz

Os detentos de facções rivais começaram um novo confronto, na manhã desta quinta-feira (19). Um helicóptero da polícia está sobrevoando o local e jogando bombas de efeito moral

JC Online e Estadão Conteúdo
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JC Online e Estadão Conteúdo
Publicado em 19/01/2017 às 10:52
ANDRESSA ANHOLETE / AFP
FOTO: ANDRESSA ANHOLETE / AFP
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Atualizada às 11h

Os detentos de facções rivais começaram um novo confronto no Presídio de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, na manhã desta quinta-feira (19). De acordo com o jornal Tribuna do Norte, um helicóptero da polícia está sobrevoando a unidade e jogando bombas de efeito moral. Até 10h40, nem a PM nem agentes penitenciários haviam entrado no local.

Rebelião na Penitenciária  de Alcaçuz chegou ao sexto dia

A rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal, chegou ao sexto dia nesta quinta-feira. Nas primeiras horas da manhã, detentos voltaram ao teto de ao menos três pavilhões da unidade. Do lado de fora, muitos tiros disparados por policiais militares e agentes penitenciários eram ouvidos, assim como o barulho de bombas de efeito moral. 

Aglomerados próximo ao pavilhão 4, onde no sábado (14), 26 presidiários foram mortos, os presos foram dispersados após os disparos de armamento não letal. De cima de um dos pavilhões, um preso gritava pela atenção da PM pedindo que liberasse o acesso para que os próprios presos "dessem um jeito".

A nova rebelião acontece no dia seguinte à retirada de 220 internos ligados ao Sindicato do Crime do RN (SDC) do local. O governo do Estado remanejou presos entre três unidades visando a acalmar a situação em Alcaçuz. A Justiça, porém, determinou que parte da operação fosse desfeita.

A Vara de Execuções Penais de Nísia Floresta, cidade onde está situado o presídio, entendeu que presos foram retirados "à revelia" e estariam "correndo sério risco de morte, em especial porque a rebelião não foi controlada".

Em nota, o Tribunal de Justiça potiguar informou que "neste momento de desconfiança entre os presos, não há possibilidade de saber quem são os presos do Sindicato do Crime". "Só os do PCC estão se declarando como integrantes desta facção."

A decisão de interromper a operação montada pelo Estado foi tomada pela juíza Nivalda Torquato, que considerou ainda uma decisão de 2015 que interditou Alcaçuz para novos presos. "Somente por meio de documento oficial e em condições de normalidade é que se pode permutar presos", informou a magistrada.

A transferência de Alcaçuz envolvia a permuta com presos retirados da Penitenciária Estadual de Parnamirim, que seriam divididos entre a unidade em NÍsia Floresta e a Cadeia Publica de Natal, na zona norte da capital. O governo disse que não ia comentar a decisão da juíza, mas ressaltou que na terça-feira foi realizada uma reunião com o TJ para repassar as informações sobre as transferências e organizar a operação. 

"Os presos que não entraram em Alcaçuz passaram a noite na Cadeia Pública de Natal. Por questão de segurança, a secretaria de segurança não pode repassar informações neste momento sobre a nova operação de transferência", disse o governo em nota. Não foi informado se os detentos retirados serão devolvidos à Alcaçuz. 

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Detentos de facções rivais começaram um novo confronto no Presídio de Alcaçuz, no RN - ANDRESSA ANHOLETE / AFP
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Uma batalha campal, com paus e pedras, tomou conta nesta quinta-feira (19) do presídio de Alcaçuz - ANDRESSA ANHOLETE / AFP
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De sábado (14) para domingo (15), a unidade foi palco de uma rebelião que deixou 26 mortos - ANDRESSA ANHOLETE / AFP
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Nova rebelião acontece no dia seguinte à retirada de 220 internos ligados ao Sindicato do Crime - ANDRESSA ANHOLETE / AFP
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A rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz chegou ao sexto dia nesta quinta-feira (19) - ANDRESSA ANHOLETE / AFP

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