Assustados e inseguros, turistas estão deixando as cidades capixabas mais cedo do que esperavam, com medo de ser tornarem vítimas de criminosos. A administradora Angélica Viana, de Itabira (MG), chegou há 15 dias em Guarapari, para visitar a família, e decidiu no fim de semana voltar para casa. "Quando chegou a madrugada de domingo, a cidade foi invadida por gangues que destruíram e roubaram diversas lojas, além de assassinarem pessoas. Eu não vou ficar aqui nem mais um dia. Estamos vivendo uma guerra."
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O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Espírito Santo (ABIH-ES), Gustavo Guimarães, disse que por dia pelo menos 15 pessoas ligam para os hotéis capixabas, questionando a insegurança nas principais praias. De acordo com ele, há 10% de desistências de hospedagens.
"Estamos todos preocupados com essa situação no Espírito Santo. Acreditamos que nesse próximo feriado (de carnaval), vamos ter um prejuízo de até 30% ou mais, com essas desistências. Mesmo assim, tentamos reverter essa situação, dizendo para quem nos liga que o Exército está nas ruas", disse Guimarães. "Nós tínhamos hotéis com 100% de hospedagens fechadas e agora não temos mais", alertou.
Houve um aumento na procura de passagens de saída do Espírito Santo
O proprietário da rodoviária de Guarapari, Agenor Nicchio Júnior, observou que as vendas de passagens agora estão sendo feitas pela internet e os ônibus deixaram de sair do local, por medo de serem alvos de bandidos. Houve um aumento de 30% na procura de passagens de saída. "Não há mais vendas de passagens aqui na rodoviária. Notamos uma grande movimentação desde quando começou as tragédias aqui na cidade. As pessoas estão indo embora com medo. Os ônibus só passam aqui e ficam poucos minutos", afirmou.
Em Anchieta, o secretário de Turismo, Edson de Souza, disse que o município tem procurado diálogo com o governo do Estado para conseguir trazer segurança imediatamente. "Nossa programação de carnaval está mantida. Sabemos que houve muitas desistências, mas asseguramos que as pessoas que vierem verão um bom carnaval tradicional." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Onda de violência no Espírito Santo
No quarto dia de paralisação da Polícia Militar no Espírito Santo, a sensação de insegurança ainda domina a população: ônibus circularam parcialmente, empresas liberaram funcionários, poucos se arriscaram a sair de casa, e apenas parte do comércio abriu. A Federação do Comércio (Fecomércio-ES) avalia o prejuízo em pelo menos R$ 110 milhões (R$ 20 milhões de saques e R$ 90 milhões em vendas perdidas). Ao todo 270 lojas foram roubadas.