CARNE FRACA

PF revela diálogos sobre carga da BRF barrada na Europa

As investigações miram agentes de fiscalização do Ministério da Agricultura das Superintendências de Minas e Goiás e executivos de empresas produtoras de carne

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Publicado em 20/03/2017 às 15:14
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As investigações miram agentes de fiscalização do Ministério da Agricultura das Superintendências de Minas e Goiás e executivos de empresas produtoras de carne - FOTO: Divulgação
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Grampos da Polícia Federal no âmbito da Operação Carne Fraca, deflagrada nesta sexta-feira (17) revelam as conversas de funcionários da BRF sobre o bloqueio de cargas exportadas para a Europa por suspeita de contaminação por salmonela. Nas conversas, os investigados falam ainda de seus contatos no Ministério da Agricultura. As investigações miram agentes de fiscalização das Superintendências de Minas e Goiás, vinculadas à pasta, e executivos da BRF e da JBS, além de outras empresas ligadas à elas.

"Em diálogos interceptados na presente data, o investigado André Luis Baldissera, Diretor na empresa BRF, em conversa com outros funcionários de tal empresa, tratou sobre a retenção de cargas exportadas para a Europa devido à alegação de contaminação por salmonela", registra o Relatório de Informação 03/2017, produzido pela Polícia Federal, em Curitiba.

"O fato (...) teria ocorrido com cargas originadas da fábrica da BRF em Mineiros/GO, mesma unidade de produção que em que em conversas anteriormente interceptadas, foram constatados outros episódios de contaminação por salmonela."

Após diálogo registrado no dia 13 deste mês, o delegado da Polícia Federal Maurício Moscardi Grillo fez nova representação à Justiça Federal, solicitando medidas cautelares contra os investigados. No despacho, ele pede a conversão de prisões temporárias em preventivas.

Esquema

Executivos do frigorífico JBS e da empresa BRF Brasil foram presos. O esquema seria liderado por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. Segundo a PF, a operação detectou em quase dois anos de investigação que as Superintendências Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas Gerais e Goiás "atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público".

 

 

 

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