O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), conclamou empresários presentes à cerimônia em que recebeu o prêmio de Pessoa do Ano de 2017, concedido pela Brazilian-American Chamber of Commerce na noite desta terça-feira (16), em Nova York, a pressionarem o Congresso pela aprovação das reformas trabalhista e da Previdência. "Senão a minoria ruidosa vai vencer e isso não é possível", disse o tucano.
Doria voltou a criticar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "e seus asseclas, que destruíram o Brasil em 13 anos de governo". Para ele, Fernando Henrique Cardoso foi "um presidente de verdade e decente". O prefeito de São Paulo também elogiou a nova gestão da Petrobras, liderada por Pedro Parente há um ano. "Bastou um ano de gestão profissional e eficiente da Petrobras para recuperá-la depois que foi assaltada em R$ 50 bilhões."
Apesar de abordar questões nacionais em seu discurso, Doria voltou a afirmar que tem como objetivo terminar seu mandato à frente da Prefeitura de São Paulo. "Vou cumprir meu papel, seguir a minha linha e, ao término de quatro anos, dizer que valeu a pena." O prefeito ainda elogiou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que o "ensina valores positivos da política há 37 anos".
Doria afirmou que administrar a maior cidade do País é um desafio "empolgante" e reforçou sua avaliação de que não é um político, mas sim um gestor no Poder Executivo da capital paulista. "Amo muito minha cidade. Amo muito meu País. Não sou político, sou gestor. Não desrespeito os políticos. Mas São Paulo precisava de um gestor. Capaz de dar um choque de eficiência no poder público municipal", disse o tucano, em discurso durante o recebimento.
Leia Também
Segundo o prefeito, ele e sua equipe estão transformando São Paulo numa cidade mais global, humana e bonita. "O trabalho não me assusta. Gosto de trabalhar. Ousadia não me falta. Coragem também não", disse. "Assim que assumi, iniciamos um amplo programa de redução de despesas. Dentre outras iniciativas, diminuímos a estrutura burocrática, reduzimos contratos de aluguel, devolvemos automóveis, dispensamos mordomias, economizamos despesas e melhoramos receitas."
Para Doria, "a grande virada" para a gestão da cidade virá do "maior processo de privatização" que será realizado por um município no País. "Autódromo, centro de convenções, serviço funerário, mercados municipais, terminais de ônibus, estádio de futebol, vendas de terrenos e propriedades inúteis." Segundo o prefeito, é esperado que o programa de desestatização arrecade mais de US$ 2,5 bilhões com a venda e concessão desses ativos. Os recursos serão dirigidos a um fundo específico e investidos prioritariamente em saúde, educação, habitação popular, serviços e obras para a cidade.
"Na educação, os desafios são muitos. Melhorar o desempenho das escolas municipais nos testes de avaliação é um dos mais importantes", disse o prefeito. "O mais urgente, porém, é atender 66 mil crianças de 0 a 3 anos que esperam por uma vaga nas creches municipais. Em 12 meses, estarão todas matriculadas "
Para o prefeito, na saúde a urgência imediata era atacar o problema de uma fila de mais de 480 mil pessoas para realizar exames médicos. "Decidimos aproveitar a ociosidade dos técnicos e equipamentos dos hospitais privados em horários de baixa procura. Em três meses, a espera foi eliminada. Tudo isso pagando ao setor privado, valores iguais aos da rede pública."
Doria destacou que tem pressa para melhorar a gestão pública de São Paulo. "A cidade viveu um longo período de letargia. Precisamos acelerar. Em 100 dias, tornamos realidade um projeto que se arrastava por anos. Hoje é possível abrir uma empresa em São Paulo em apenas sete dias. A importância deste feito é tamanha que vai alterar a posição do Brasil no ranking Doing Business do Banco Mundial", apontou o prefeito.
O prefeito também apontou que até o próximo ano será implementado o projeto São Paulo Cidade Digital. "Vamos digitalizar todos os processos da Prefeitura, acabando com o trânsito de papel entre os setores do município", disse. Para Doria, será reduzida a burocracia e será eliminada a necessidade do cidadão se deslocar entre vários órgãos para obter licenças para seus negócios ou solicitar serviços. "Com isso também vamos diminuir a corrupção. E, claro, vamos poupar tempo das pessoas."
De acordo com Doria, a norma no poder público é não confiar no cidadão. "Invertemos essa lógica. Para nós, os cidadãos não são apenas contribuintes, são parceiros."
Destaque
O prefeito também destacou que um outro movimento que sua administração iniciou no primeiro dia de governo foi o programa São Paulo Cidade Linda. "Realizamos toda semana, numa determinada região da cidade, mais de 30 serviços, como limpeza de ruas e praças, troca de lâmpadas queimadas, melhorias nas calçadas e vias, desentupimento de bueiros e troca de sinalização", disse.
"Eu próprio participo dessas ações, com a mão na massa. Quero com isso dar um exemplo de humildade. O prefeito é um servidor público, mas também quero incentivar os cidadãos a fazerem o mesmo, doar um pouco de seu tempo para o bem da sua comunidade", apontou João Doria.
O prefeito também lembrou que uma vez por semana participa de mutirão de construção e melhoria de calçadas e convida a população para participar a fim de tornar São Paulo uma cidade mais humana. "Isso significa cuidar daqueles que são mais vulneráveis. São Paulo possui enorme população que vive em situação de rua", apontou. "Decidi lançar um ambicioso programa para gerar 20 mil novos empregos para esta população de rua, dando atendimento médico, social e profissionalizante. E ao mesmo tempo dando emprego a quem precisa. Quero uma cidade melhor. Um País melhor."