A cerca de 500 metros da creche incendiada na manhã dessa quinta-feira (5), o corpo de Luiz Davi Carlos de Rodrigues, de 4 anos, uma das cinco crianças vítimas da tragédia era velado na sala da casa da avó, em um bairro de casas simples na cidade de Janaúba, no norte de Minas Gerais, na manhã dessa sexta. Ao lado do caixão, a mãe Fernanda clamava pela vida do filho. "Volta para a mamãe, Davi, só mais um pouquinho".
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Além de Luiz Davi, Juan Pablo Cruz dos Santos, Ruan Miguel Soares Silva, Ana Clara Ferreira Silva e Renan Nicolas dos Santos Silva, todos com 4 anos, completam a lista das crianças que morreram queimadas após o ataque no Centro Municipal de Educação Infantil Gente Inocente, no Bairro Rio Novo.
A professora Heley de Abreu Silva Batista, de 43 anos, não resistiu aos ferimentos e também faleceu. Outras 43 pessoas ficaram feridas. Os pacientes mais graves são 13 e foram todos encaminhados para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, referência em queimaduras no estado.
O segurança Damião Soares dos Santos, 50, responsável por atear fogo nele e nas crianças morreu cinco horas após cometer o crime.
"O homem correu atrás de nós cheio de fogo"
Entre os sobreviventes está o garoto Kaio Phierre dos Santos, de 2 anos e 11 meses. Quando o incêndio começou, a mãe dele, a doméstica Andrea Rodrigues Monção, de 33 anos, recebeu uma ligação doa creche. "Eu estava no serviço, quando me ligaram e disseram 'corre, Andréa, que só tem menino morto no chão", afimrou.
Assustado, o garoto estava chorando sentado enquanto aguardava a chegada mãe. "Ele me abraçou e disse 'desculpa mãe, desculpa mãe, o homem correu atrás de nós cheio de fogo'", comentou a doméstica.