Enquanto busca recuperar o discurso da social-democracia do PSDB e angariar votos de centro-esquerda, o governador Geraldo Alckmin cortou investimentos em áreas sociais nos últimos anos de sua gestão. Os recursos usados em assistência social recuaram 35% neste ano, em comparação com 2013, véspera de sua reeleição. No mesmo período, o governo cortou em 50% os investimentos em habitação, segundo dados da Secretaria de Planejamento.
O jornal 'O Estado de S. Paulo' também analisou cinco programas e ações sociais de Alckmin: Casa Paulista, Renda Mínima, Ler e Escrever, Bom Prato e Ação Jovem. A queda nas despesas foi de até 85%, desde que Alckmin foi reeleito para o terceiro mandato, em 2011. A única exceção foi o Bom Prato, rede de restaurantes que serve refeições a R$ 1.
O Renda Cidadã e a Ação Jovem, de transferência direta de renda, tiveram cortes de 78% e 85%, respectivamente, em comparação com 2011 - quando Alckmin voltou ao governo.
O orçamento da Secretaria de Desenvolvimento Social, que abriga a maioria dos programas sociais, incluindo o Renda Cidadã e a Ação Jovem, despencou 74,4% no período. "Nós tivemos de trabalhar nos últimos três anos com uma redução orçamentária média de 25%. Mas conseguimos manter os serviços e ampliar em alguns casos, como no Bom Prato", disse o secretário Floriano Pesaro.
Moradia e estudo
Com a redução do ritmo do Minha Casa Minha Vida, uma das áreas mais prejudicadas foi habitação. As despesas do governo com o Casa Paulista, que subsidia a compra de moradias populares, caíram 70% de 2016 para 2017.
Em nota, a Secretaria de Habitação alega que, "mesmo em um período de crise, o governo mantém em andamento todos os seus canteiros de obras, que englobam 56 mil moradias".
Na educação, o pico de investimentos no programa Ler e Escrever foi em 2013 - desde então caíram 95%. Em nota, a pasta disse que 98,7% dos alunos sabem ler e escrever aos 7 anos. "Mesmo durante a crise, São Paulo manteve constante a aplicação de recursos na educação." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo