O governo brasileiro descartou, nesta terça-feira (16), que o país sofra um surto de febre amarela, apesar do número de casos ter triplicado na última semana e da OMS ter considerado o estado de São Paulo como área de risco de transmissão.
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"Hoje estamos falando no aumento da circulação viral e no aumento da incidência no número de casos, mas não em surto", afirmou o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Antônio Carlos Nardi, em Brasília.
Enquanto longa filas se formam em São Paulo e no Rio em busca de vacinas, o governo informou que desde julho passado foram confirmados 35 casos no Brasil, deixando 20 mortos, um aumento de 24 diagnósticos e 11 mortes em relação ao boletim da semana passada. Outros 145 casos seguem sob investigação.
Com 20 casos confirmados e 11 óbitos, o estado mais afetado é São Paulo, que já viveu um primeiro episódio de vacinações em massa em outubro, depois de que dezenas de macacos com o vírus morreram em vários parques.
Nesta terça-feira, a OMS decidiu considerar este estado como área de risco de transmissão da febre amarela, pondo em alerta a megalópole de São Paulo.
"Consequentemente, a vacina contra a febre amarela é recomendada para os viajantes que visitem qualquer área do estado de São Paulo", afirmou a OMS em um comunicado.
Campanha de vacinação
Pouco depois, o governo local adiantou para o fim de janeiro sua campanha maciça de vacinação, que estava prevista para 3 de fevereiro. A dose será ministrada principalmente de forma fracionada para evitar uma escassez que já começa a ser registrada em várias clínicas privadas da cidade.
Nardi garantiu que, se for necessário, o governo brasileiro está capacitado para aplicar esta dose fracionada a toda a população, mas se negou a detalhar o estoque atual.
Para o secretário-executivo, o chamado da OMS obedece a um "excesso de zelo" que busca que todos os estrangeiros que visitam o estado de São Paulo estejam imunizados.
Consultado sobre o Carnaval, que começará em três semanas e receberá milhões de turistas, Nardi afirmou que esta festa "transcorre em áreas urbanas, desta forma se os turistas não se dirigirem a áreas de matas estarão seguros".
Entre dezembro de 2016 e julho de 2017, o Brasil sofreu seu pior surto de febre amarela desde o início das estatísticas, em 1980, com 777 pessoas infectadas e 261 mortes, 153 destas no estado de Minas Gerais.
A febre amarela, uma doença que pode ser mortal, provoca febre, calafrios, fadiga, dores de cabeça e dores musculares, geralmente associados com náuseas e vômitos. Os casos graves levam a uma insuficiência renal e hepática, icterícia e hemorragia