IMIGRANTES

Moradores invadem abrigo e expulsam venezuelanos de cidade do interior de Roraima

Manifestação foi motivada pelo homicídio de um brasileiro no município de Mucajaí, em Roraima

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Publicado em 20/03/2018 às 11:16
Foto: Reprodução/Facebook (Roraima 24Hrs)
Manifestação foi motivada pelo homicídio de um brasileiro no município de Mucajaí, em Roraima - FOTO: Foto: Reprodução/Facebook (Roraima 24Hrs)
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Uma manifestação contra o homicídio de um brasileiro no município de Mucajaí, a 50 quilômetros de Boa Vista, capital de Roraima, quase se transformou em tragédia nesta segunda-feira (19).

Mais de 300 pessoas invadiram uma escola, onde funcionava um abrigo improvisado para cerca de 50 famílias venezuelanas, e expulsaram os imigrantes do local. Eles também jogaram móveis, roupas e objetos dos imigrantes na rua e atearam fogo. Os venezuelanos, entre eles, mulheres e crianças foram expulsos da cidade.

Não houve registro de mortos ou feridos durante a confusão generalizada, segundo a Polícia Militar. O grupo interditou por mais de duas horas o trecho urbano da principal rodovia da cidade, a BR-174, que liga Roraima ao Amazonas, com barricadas feitas de paus e pedras, além de pneus queimados.

A manifestação começou durante o enterro do brasileiro Eulis Marinho de Sousa, 49, morto a pauladas em uma briga de bar envolvendo venezuelanos.

O morador Jonas Vieira, em conversa com a reportagem, explicou que a população estava revoltada com a migração venezuelana no local.

Acusações

"Eles provocam vandalismo, brigas e andam nas ruas armados de facões. Muitos deles têm invadido casas para cometer crimes diversos e agora um de nós foi morto. A situação está insuportável pois ninguém toma providências", disse.

Outro líder do grupo, o pastor João Batista, reclamou dos imigrantes na cidade. "Não aguentamos mais a presença deles. Queremos que as autoridades façam alguma coisa. Há muitos roubos e furtos em nossa cidade", afirmou.

A estimativa é de que mais de 40 mil venezuelanos tenham chegado a Roraima, após a crise econômica no país vizinho. O número chega a 10% da população do Estado.

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