RIO DE JANEIRO

Investigado no caso Marielle é denunciado por outro assassinato

O ex-PM foi denunciado como mandante da morte do colaborador de um vereador que também foi apontado por testemunha como envolvido na morte de Marielle

Estadão Conteúdo
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Publicado em 10/07/2018 às 20:31
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O ex-PM foi denunciado como mandante da morte do colaborador de um vereador que também foi apontado por testemunha como envolvido na morte de Marielle - FOTO: Foto: Renan Olaz/CMRJ
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O ex-policial militar Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, investigado por suposta ligação com o assassinato da vereadora Marielle Franco, foi denunciado nesta terça-feira (10) como mandante de outro crime. Segundo o Ministério Público do Rio, ele mandou matar Carlos Alexandre Pereira Maria, o Alexandre Cabeça, assessor informal do vereador Marcello Siciliano (PHS). O parlamentar também foi apontado por uma testemunha como envolvido na morte de Marielle.

Alexandre Cabeça foi morto na noite de 8 de abril, 25 dias após a morte de Marielle, na Estrada do Curumau, na Taquara, zona oeste do Rio. A denúncia que acusa Curicica pelo crime foi apresentada pela 23ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos e é baseada em relato feito pelo acusado Ruy Ribeiro Bastos, que confessou o assassinato de Alexandre e fez acordo de delação premiada.

Ele contou que a ordem do assassinato partiu de Curicica, quando ele ainda estava no presídio Bandeira Stampa, em Bangu (zona oeste), antes de ser transferido para a penitenciária federal de Mossoró-RN.

O MP-RJ afirma que Orlando Curicica é líder de uma milícia que atua na região de Curicica, em Jacarepaguá (zona oeste), e autorizou o assassinato de Alexandre, dividindo a condição de mandante com Diogo Maia dos Santos, outro líder da mesma milícia O motivo seria uma informação veiculada por Alexandre nas redes sociais sobre um homicídio.

O crime teria sido praticado por Bastos, Rondinele de Jesus da Silva e Thiago Bruno Mendonça. Esses três, junto com Santos, já respondem pelo homicídio, em processo que tramita no 2.º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. O Ministério Público quer que o processo contra Orlando Curicica seja enviado para o mesmo juízo.

O MP-RJ afirma que os executores de Alexandre receberam de R$ 500 a R$ 1.250 cada para praticar o crime. Curicica pode responder por homicídio qualificado mediante pagamento, por motivo fútil e com impossibilidade de defesa da vítima, atingida pelos disparos efetuados a pouca distância e contra seu pescoço.

Pedido de prisão

Além de acusar Curicica pelo homicídio, o MP-RJ pede a prisão preventiva do denunciado (atualmente detido na penitenciária federal de Mossoró-RN, por outro crime) e sua condenação ao pagamento de indenização pelos danos materiais e morais causados aos familiares da vítima.

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