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Pacientes contam que 'Dr. Bumbum' injetava ozônio em doentes com câncer

Até o momento, duas mulheres já estiveram na delegacia com acusações que vão de apropriação indébita a atendimento fora dos padrões profissionais

JC Online
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Publicado em 19/07/2018 às 8:36
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Até o momento, duas mulheres já estiveram na delegacia com acusações que vão de apropriação indébita a atendimento fora dos padrões profissionais - FOTO: Foto: Reprodução
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Após a morte da bancária Lilian Calixto em procedimento para aumento de glúteos feito pelo médico Denis Furtado, outras pacientes estão buscando a polícia para denunciar casos em que também foram enganadas ou submetidas a procedimentos suspeitos. Segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo, assim como injetava PMMA ( Acrílico-polimetil-metacrilato), o 'Doutor Bumbum' também aplicava implantes de chip hormonal, ozônio em pacientes com câncer e outras terapias pouco convencionais.

Até o momento, duas mulheres já estiveram na delegacia com acusações que vão de apropriação indébita a atendimento fora dos padrões profissionais. Uma delas contou que assistiu na casa do próprio médico em Brasília, a uma infusão de ozônio num paciente com câncer.

Ainda com medo da situação, a vítima que pediu para não ser identificada, contou que procurou o médico graças as imagens divulgadas por Denis na internet. Ainda morando em Brasília, ela buscou por médicos que realizavam biomodulação para implantar um chip hormonal. Contudo, ao chegar ao imóvel onde deveria funcionar a Clínica Medicina Integrada Regenerativa e Funcional, em Brasília, percebeu que era a casa em que Denis morava com a mãe, Maria de Fátima Furtado, também foragida.

"Éramos eu, um senhor e uma mulher. O senhor, depois de ser atendido por ele numa salinha, voltou para um lugar que parecia uma recepção. Ali, vi começar uma infusão de ozônio para tratar um câncer. Tudo parecia uma brincadeira. Uma menina que seria enfermeira dava muita risada. O Denis pediu um abocath para puncionar a veia, e ela não sabia o que era. Eu me peguntei: como uma enfermeira não sabe o que é um abocath? Mas antes de ir lá, eu pesquisei sobre ele. Como desconfiar de um médico com CRM ativo?", relatou a ex-paciente.

Outras vítimas

Uma das mulheres que foi à delegacia ainda nessa quarta-feira (18), denunciou que Denis Furtado pretendia atendê-la na cobertura da Barra. A queixa foi feita no dia 1º de maio, um mês e meio antes de Lilian ser levada para o mesmo endereço. Mas a investigação não avançou. A paciente foi à polícia porque, mesmo após ter dito que desistiria do procedimento, não recebeu seu dinheiro de volta.

Recompensa

O Portal dos Procurados está oferecendo recompensa de R$ 1 mil para quem der informações que levem à prisão de Denis César Barros Furtado, de 45 anos, e de sua mãe, Maria de Fátima Barros Furtado, 66.

Médicos, os dois foram indiciados por homicídio doloso pela morte da bancária Lilian Calixto, de 46 anos, ocorrido horas após ela passar por procedimento estético no apartamento de Furtado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. Eles estão foragidos.

Quem tiver informações sobre a localização do médico e de sua mãe pode acionar o Disque Denúncia do Rio por Whatsapp ou Telegram por meio do número (21) 98849-6099, acionar a Central de Atendimento pelo telefone (21) 2253-1177 ou mesmo entrar em contato na página do Portal dos Procurados no Facebook.

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