Milhares de pessoas -30.000 segundo a polícia, 100.000 segundo os organizadores - se manifestaram na tarde do último sábado (16) em Nápoles para protestar contra a contaminação do solo por causa de resíduos tóxicos despejados ilegalmente pela máfia, constatou um fotógrafo da AFP.
Sob uma chuva torrencial, os manifestantes gritavam "Não à Camorra", a máfia napolitana responsável por esses despejos e exigiam que os solos e águas contaminadas fossem despoluídos.
Alguns manifestantes levavam fotografias de familiares ou conhecidos que morreram de câncer e foi feito um minuto de silêncio em memória das crianças "que partiram muito cedo".
O padre Maurizio Patriciello, um dos primeiros a denunciar este caso, e o cantor italiano Nino d'Angelo lideravam a manifestação.
Os manifestantes denunciam a nocividade dos gases tóxicos resultantes da combustão de resíduos, o que levou os moradores a apelidar essa área, localizada entre Nápoles e Caserta, como "o triângulo da morte".
Vários políticos, entre eles o prefeito de Nápoles, Luigi di Magistris, participaram da manifestação, assim como associações de defesa do meio ambiente.
Segundo a associação Legambiente, em 22 anos, mais de 440 empresas, localizadas principalmente no norte do país, enterraram cerca de 10 milhões de toneladas de dejetos industriais nessa área.