Duas ex-integrantes da banda de punk rock russa Pussy Riot, Nadezhda Tolokonnikova e Maria Alyokhina, foram soltas nesta terça-feira na cidade russa de Sochi depois de terem sido interrogadas pela polícia durante algumas horas. As duas foram presas junto com mais sete pessoas antes de um protesto durante os Jogos Olímpicos de Inverno, realizados na cidade.
Tolokonnikova disse por telefone de Sochi que ela e Alyokhina estavam numa van da polícia após terem sido detidas por policiais locais quando andavam por uma rua da cidade às margens do Mar Negro na tarde desta terça-feira. Segundo ela, os policiais disseram que a prisão estava relacionada a um suposto roubo no hotel onde estão hospedadas.
A polícia confirmou o motivo do interrogatório. As duas foram liberadas sem acusações pendentes. "Nós, Maria Alyokhina e os integrantes anônimos da Pussy Riot, viemos a Sochi para organizar um protesto e expressar nossas posições políticas, mas na hora de nossa detenção estávamos apenas passeando e cuidando de nossos assuntos quando fomos abordadas pela polícia e jogadas numa van", disse Tolokonnikova.
"Fomos detidas como qualquer um que tenha feito uma tentativa de criticar as autoridades durante a Olimpíada. As autoridades tratam bem os convidados e os atletas, mas não aqueles que tentam organizar um protesto."
Depois da libertação, Tolokonnikova disse a jornalistas que a polícia de Sochi vinha assediando a dupla havia três dias.
Um representante local do Ministério do Interior confirmou à agência de notícias Interfax que as mulheres eram interrogadas a respeito de um suposto roubo em seu hotel. Um homem que atendeu ao telefone no hotel Malakhit, onde as mulheres estão hospedadas em Sochi, disse que houve o roubo de uma bolsa, que não tinha pistas de quem seria o responsável e disse que mais perguntas deveriam ser feitas à polícia.
As duas mulheres saíram da prisão no final de dezembro, faltando apenas três meses para o final da sentença de dois anos por terem realizado um protestos numa catedral de Moscou contra a reeleição de Vladimir Putin em fevereiro de 2012.
Após serem libertadas, elas disseram que pretendiam se tornar ativistas pelos direitos humanos, com foco na reforma prisional na Rússia e que não estariam mais envolvidas em protestos envolvendo a banda punk. No mês passado, outras integrantes da Pussy Riot postaram uma carta no site da banda dizendo que Alyokhina e Tolokonnikova não deveriam mais ser consideradas membros do grupo.