Descoberta

Poeira foi vital para criação de galáxias, diz estudo

Acreditava-se que logo nos primórdios do universo, há 13,8 bilhões de anos, ainda não havia poeira e as primeiras galáxias foram formadas a partir de gás

Da AFP
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Publicado em 02/03/2015 às 18:56
Foto: NASA/ESA/ESO/HUBBLE / AFP
Acreditava-se que logo nos primórdios do universo, há 13,8 bilhões de anos, ainda não havia poeira e as primeiras galáxias foram formadas a partir de gás - FOTO: Foto: NASA/ESA/ESO/HUBBLE / AFP
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Uma das galáxias mais antigas já observadas demonstrou que a poeira desempenhou um papel fundamental na infância do Universo - é o que revela uma equipe de astrônomos em estudo publicado nesta segunda-feira pela revista Nature. 

Os pesquisadores descobriram com surpresa que a distante galáxia, formada 700 milhões de anos após o Big Bang, já continha poeira - elemento indispensável para a formação das estrelas e dos planetas. 

Acredita-se que logo nos primórdios do universo, há 13,8 bilhões de anos, ainda não havia poeira e as primeiras galáxias foram formadas a partir de gás.

Mas a nova pesquisa sugere que a poeira teve um papel na criação das galáxias muito antes do que se pensava. 

"É a primeira vez que poeira é encontrada numa das galáxias mais longínquas que já observamos", explica Darach Watson, astrofísico do Instituto Niels Bohr, da Universidade de Copenhague (Dinamarca), citado em comunicado. 

"A descoberta mostra que as galáxias se enriqueceram rapidamente com partículas de poeira contendo elementos como carbono e oxigênio", suscetíveis à contribuição para a formação de planetas, ressalta o Instituto.  

"O processo de formação das estrelas deve, portanto, ter começado muito cedo na história do universo e deve estar associado à formação de poeiras", acrescenta Bohr.

Os astrofísicos conduziram as observações a partir do radiotelescópio gigante ALMA e do Telescópio Muito Grande (VLT), do Observatório Austral Europeu, no Chile. 

A galáxia em questão -- A1689-zD1 -- é de tamanho modesto. "Ela é cem vezes menos densa que a nossa Via Láctea, mas forma novas estrelas visivelmente mais rápido", aponta Michal Michalowski, da Universidade de Edimburgo. 

"A maior parte da atividade ligada à formação de estrelas fica completamente escondida por causa da poeira galática e nós nunca havíamos visto esse processo ocorrer em distâncias tão grandes", acrescenta. 

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