África

Cerca de 400 moçambicanos fogem de atos de xenofobia na África do Sul

Desde que os ataques contra estrangeiros eclodiram na África do Sul, há cerca de duas semanas, mais de 600 moçambicanos refugiaram-se em centros de acomodação temporária

Da ABr
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Publicado em 22/04/2015 às 12:53
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Desde que os ataques contra estrangeiros eclodiram na África do Sul, há cerca de duas semanas, mais de 600 moçambicanos refugiaram-se em centros de acomodação temporária - FOTO: Foto: STRINGER / AFP
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Cerca de 400 moçambicanos vítimas de ataques xenófobos na África do Sul estavam nesta quarta-feira (22) a caminho do centro de acomodação de Boane, na província de Maputo. "Sete ônibus estão saindo da África do Sul neste momento e provavelmente dentro de oito horas [os moçambicanos] chegam ao centro de acomodação de Boane", disse Fernando Manhiça, diretor para Assuntos Jurídicos e Consulares do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Moçambique.

Desde que os ataques contra estrangeiros eclodiram na África do Sul, há cerca de duas semanas, mais de 600 moçambicanos refugiaram-se em centros de acomodação temporária. Cento e sete já voltaram para Moçambique, a maioria encaminhados para suas cidades de origem.

De acordo com Fernando Manhiça, as autoridades moçambicanas esperavam na terça-feira (21) a chegada de outro grupo, composto por quase 180 pessoas, mas devido aos procedimentos migratórios exigidos pelas autoridades sul-africanas, a viagem foi adiada para hoje.

"Há alguns procedimentos obrigatórios que os repatriados devem observar, que acabaram atrasando o processo. Mas os dois grupos devem chegar hoje", disse Fernando Manhiça, acrescentando que o número total é de cerca de 400 pessoas.

Segundo Manhiça o número de moçambicanos que procuram os centros de acomodação na África do Sul, nas últimas horas, diminuiu em consequência da aparente volta à normalidade nos subúrbios das principais cidades sul-africanas.

"Algumas pessoas começaram até a deixar os centros de acomodação. Dos dados que temos, o número de moçambicanos que estão nos centros agora está entre 60 a 70", declarou, lembrando que há pessoas que queriam voltar mas, depois de observarem a aparente calma, decidiram ficar no país.

O porta-voz do Conselho de Ministros de Moçambique, Mouzinho Saíde, disse na terça-feira que mais de 1,5 mil moçambicanos voltaram ao país por meios próprios devido à crise de violência xenófoba na África do Sul.

Para fugir dos altos índices de pobreza em Moçambique, a população, principalmente a mais jovem das zonas rurais do Sul do país, emigra ilegalmente para a África do Sul, à procura de melhores condições de vida no país vizinho e uma das economias mais desenvolvidas da África.

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