Os deputados sul-africanos anunciaram nesta sexta-feira (24) que vão suspender os trabalhos na próxima semana para fazer campanha contra a xenofobia nos respectivos círculos eleitorais, após série de ações violentas que causaram pelo menos sete mortes em três semanas.
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A decisão é a última de diversas iniciativas do governo do presidente Jacob Zuma, como encontros com a sociedade civil e campanhas na rádio e televisão, para pacificar e dar garantias à comunidade internacional e aos países africanos de origem da maioria das vítimas da violência. "O Parlamento junta sua voz ao conjunto das condenações de violência contra os estrangeiros, o racismo e todas as formas de intolerância no nosso país", de acordo com um comunicado.
"Devemos mostrar a todos a dignidade e o respeito que obtivemos no passado, em particular dos povos da África, durante a nossa luta pelos direitos humanos e a liberdade, para abolir o racismo e o sexismo vigentes no regime do apartheid", acrescentaram parlamentares. O Parlamento é composto por maioria de parlamentares do Congresso Nacional Africano (ANC, sigla em inglês), o partido de Nelson Mandela, desde 1994.
Zuma reuniu-se hoje com responsáveis de associações de imigrantes e da diáspora africana na África do Sul. O presidente prometeu atacar a origem dos problemas que alimentam o ressentimento contra os trabalhadores imigrantes africanos, uma tarefa difícil quando o desemprego afeta grande parte da maioria negra, mais de 20 anos depois do fim do regime racista do apartheid.
Os imigrantes do continente são acusados de ficar com o trabalho dos sul-africanos e de contribuir para a elevada criminalidade.
O Exército reforçou o contingente policial em duas operações em residências de trabalhadores, acusados agir contra imigrantes do Malawi, Moçambique e Zimbabue e de outros países.
Na quinta-feira (23), cerca de 10 mil pessoas manifestaram-se em Joanesburgo para rejeitar a violência xenófoba que causou a morte de sete pessoas e provocou o deslocamento de milhares de estrangeiros em três semanas.