Dois soldados da Missão das Nações na República Democrática do Congo (Monusco) morreram nesta terça-feira em uma emboscada armada no território de Beni, no leste do país, anunciou o chefe da Monusco, Martin Kobler.
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"É com tristeza e cólera que acabo de saber da morte de capacetes azuis em uma emboscada perto de Beni", um importante cruzamento comercial localizado ao norte da província de Kivu do Norte, anunciou Kobler em sua conta do Twitter, sem informar o número de soldados mortos.
Kobler disse à AFP que "condena firmemente esses ataques contra os capacetes azuis" e lembrou as famílias das vítimas. Pouco depois, um porta-voz da missão da ONU confirmou à AFP um balanço de dois mortes. Ainda não foi informado o número de feridos.
O administrador do território de Beni, Amisi Kalonda, também informou sobre os dois mortes no ataque, que teve como alvo "um comboio de soldados tanzanianos, que caiu em uma emboscada armada pelo inimigo, as ADF [Forças Democráticas Aliadas, rebeldes muçulmanos ugandeses]".
Segundo Kalomda, o ataque aconteceu na região de Oicha, a aproximadamente de vinte quilômetros ao norte de Beni. A cerca de 20 quilômetros de distância, na área de Kokola, o exército enfrenta os rebeldes das ADF desde o domingo em combates com armas "pesadas e leves", segundo o exército. O exército informou sobre 16 mortos entre os rebeldes, e quatro mortos e dois feridos entre seus soldados.
De outubro a dezembro, mais de 260 pessoas, na maioria civis, perderam a vida na cidade de Beni e nos seus arredores em uma sucessão de massacres atribuídos aos rebeldes muçulmanos ugandeses. Ban Ki-moon condenou "as atrocidades que as ADF continuam perpetrando contra as populações civis indefensas na região de Beni".
"As Nações Unidas se mantêm determinadas a adotar todas as medidas necessárias para proteger os civiles e neutralizar os grupos armados no leste da RDC, conforme a resolução 2211 (2015) do Conselho de Segurança", concluiu o comunicado.