Os rebeldes xiitas huthis do Iêmen avançavam nesta quinta-feira em Áden, a maior cidade do sul do país, onde violentos combates deixaram ao menos 19 mortos, incluindo dois civis, em dois dias, segundo fontes militares e locais. Milicianos huthis e forças pró-governamentais se enfrentaram com armas pesadas no norte e no leste da cidade, segundo um funcionário da administração local.
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"No norte, os huthis avançavam em direção aos bairros de Al-Mansura e Sheikh Othman, que seguem nas mãos da Resistência Popular", um conjunto heterogêneo de combatentes partidários do governo, tribos sunitas e secessionistas do sul do Iêmen, acrescentou esta fonte, que quis manter o anonimato.
Os rebeldes também avançavam em direção aos bairros de Al Mindara e Al dirrin no leste, disse. Nas últimas 48 horas, morreram ao menos 19 pessoas e 200 ficaram feridas entre os combatentes e os civis, declarou o diretor do departamento de Saúde de Áden, Jader Lasuar, à AFP. Os huthis e seus aliados, soldados leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, conquistaram desde o ano passado a capital Sanaa e amplas regiões do norte, do oeste e do centro do Iêmen.
O avanço em direção a Áden obrigou o presidente Abd Rabo Mansur Hadi, que havia se refugiado ali, a se exilar em Riad, e provocou, no dia 26 de março, o início de uma campanha aérea liderada pela Arábia Saudita para detê-los. Os rebeldes controlam quase metade de Áden, incluindo locais críticos como o aeroporto, o palácio presidencial, o quartel-general da 4ª região militar, o bairro diplomático e os escritórios da polícia e dos serviços de inteligência, segundo habitantes.
"Ao intensificar seus ataques, os rebeldes tentam conquistar os bairros que seguem em poder da Resistência, como o de Al-Buraiqa, onde se encontra a refinaria de Áden", explicou uma fonte militar. Os rebeldes, opinou, "querem, na realidade, tomar Áden para substituir a perda de Dhaleh", cidade situada mais ao norte e reconquistada nesta semana pela Resistência.
O conflito do Iêmen deixou cerca de 2.000 mortos e 8.000 feridos, "incluindo centenas de mulheres e crianças", segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A ONU tentou em vão organizar negociações de paz nesta semana.