O julgamento por terrorismo do cineasta ucraniano Oleg Sentsov, contrário à anexação da Crimeia por parte da Rússia e detido há mais de um ano em Moscou, começou nesta terça-feira no sul do país.
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Sobre o diretor pesam as acusações de terrorismo, organização de grupo terrorista e tráfico de armas, e ele será julgado junto a outro acusado, Alexander Kolshenko. Sentsov enfrenta uma pena máxima de 20 anos de prisão.
Detido em maio de 2014 em sua casa na Crimeia, Sentsov, de 39 anos, é acusado de ter coordenado um grupo de ativistas filiados ao movimento paramilitar ucraniano Pravy Sektor (Setor de Direita), que tinham por missão atingir as organizações pró-russas e as infraestruturas da península. Ambos acusados negam as acusações.
"O tribunal interrogará várias testemunhas e vítimas", declarou Aliona Katkalo, porta-voz do tribunal de Rostov do DOn (sul), onde o diretor é julgado.
Um de seus advogados, Dimitri Dinze, disse à AFP que não espera que o julgamento seja justo e considerou que o veredicto será desfavorável e que, no melhor dos casos, o cineasta será devolvido à Ucrânia no âmbito de uma troca de prisioneiros.
Vários cineastas russos, do liberal Andrei Proshkin ao conservador Nikita Mijalkov, pediram ao presidente Vladimir Putin que liberte seu colega ucraniano, assim como outros diretores europeus.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, também pediu a Putin na semana passada a libertação de Sentsov. O cineasta foi uma das figuras da Maidan, o movimento de contestação que levou à queda do presidente ucraniano pró-russo Viktor Yanukovytch.