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Malcolm Turnbull toma posse como novo primeiro-ministro da Austrália

O ex-banqueiro e advogado é o quarto primeiro-ministro em menos de dois anos, em um país acostumado às crises políticas

Da AFP
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Publicado em 15/09/2015 às 9:30
Foto: LUKAS COCH / POOL / AFP
O ex-banqueiro e advogado é o quarto primeiro-ministro em menos de dois anos, em um país acostumado às crises políticas - FOTO: Foto: LUKAS COCH / POOL / AFP
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O ex-banqueiro e advogado milionário Malcolm Turnbull tomou posse nesta terça-feira (15) como primeiro-ministro da Austrália depois de ter conseguido, de modo surpreendente, afastar o premier conservador Tony Abbott.

Turnbull, de 60 anos, é o quarto primeiro-ministro em menos de dois anos, em um país acostumado às crises políticas.

"Estamos vivendo a melhor época para ser australiano", disse Turnbull ao prestar juramento ante o governador-geral Peter Cosgrove, representante da rainha Elizabeth II na Austrália.

"É algo que não esperava, tenho que confessar, mas é um privilégio assumir esta tarefa, para a qual estou preparado", completou.

Turnbull prometeu um novo estilo de governo, muito diferente do antecessor, acusado pelos críticos de tomar decisões de maneira unilateral. Também prometeu ser menos polêmico nas declarações.

Tony Abbott, que chegou ao poder em 2013 após uma ampla vitória dos conservadores nas eleições legislativas, foi obrigado na segunda-feira a convocar uma votação do Partido Liberal — o principal partido da coalizão conservadora no poder — depois que Turnbull anunciou a intenção de assumir a liderança da formação.

Turnbull, um dos ministros mais conhecidos do governo, também anunciou a saída do ministério da Comunicação. Ele obteve 54 votos de senadores e representantes liberais, contra 44 para o então primeiro-ministro, muito impopular nas pesquisas.

O ex-advogado alegou que sua decisão de almejar o cargo era motivada por tentar evitar uma derrota do partido nas próximas eleições, previstas para janeiro de 2017.

CARAS NOVAS - A primeira tarefa de Malcolm Turnbull, um ex-banqueiro que investiu muito dinheiro nas start-up de tecnologia, será anunciar um novo ministério.

O conservador com ideias progressistas em algumas questões, como o casamento gay, provavelmente vai destituir vários ministros para nomear caras novas e um número maior de mulheres. Ele conta com o apoio da ministra das Relações Exteriores, Julie Bishop.

Após a destituição, Abbott criticou o que chamou de violência da política australiana e afirmou que mudar constantemente de primeiro-ministro não é uma boa ideia.

"Na última década mudou a natureza da política. Temos mais pesquisas e mais comentários do que tínhamos antes, a maioria ácidos, que buscam destruir reputações", disse Abbott em uma entrevista coletiva de despedida.

Há vários meses o Partido Trabalhista supera os conservadores nas pesquisas. Uma sondagem recente mostrou que 63% dos eleitores estavam descontentes com Abbott.

O líder do partido foi afetado pela estagnação da economia e pela queda nos preços das matérias-primas.

O primeiro-ministro sobreviveu em fevereiro a uma moção de censura do próprio partido, que criticava seus resultados eleitorais ruins, erros, mudanças de opinião e cortes, muito impopulares.

Abbott não conseguiu ganhar popularidade nas pesquisas nem estimular a economia australiana, que precisa de novos motores de crescimento para cobrir a fragilidade do setor de mineração.

O novo chefe de Governo descartou a convocação de eleições antecipadas.

Até o momento ele não revelou sua política econômica para conter o desemprego, que está no maior nível em 10 anos, e para minimizar os efeitos da desaceleração econômica na China, o principal sócio comercial da Austrália.

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