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O jornal argentino Clarín informou nesta sexta-feira (30) que o Ministério de Segurança pediu à Polícia Federal para reforçar a segurança de dois shoppings de Buenos Aires por ameaças de um grupo ligado à Al Qaeda.
Segundo a publicação, que faz oposição à presidente Cristina Kirchner, o diretor de Inteligência Criminal, Sebastián Fernández Giatti, faz referência a uma denúncia feita por uma representação argentina no exterior.
O jornal afirma que os alvos seriam os shoppings Abasto, no bairro portenho de Balvanera, e Unicenter, em Martínez, na cidade de Vicente López, ao norte da capital. Os dois estão entre os centros comerciais mais visitados do país.
As ameaças teriam sido feitas pela Ansar Dine, grupo radical islâmico do Mali ligado à Al Qaeda. Por esse motivo, Gatti pede que sejam controladas as fronteiras e as entradas de cidadãos vindos do país africano.
O comunicado teria sido enviado à Polícia Federal na última terça-feira (27). De acordo com a publicação, a denúncia é investigada pela Chancelaria e pelo tribunal de Lomas de Zamora, cidade ao sul da capital argentina.
O "Clarín" não cita que representação no exterior recebeu a ameaça da Ansar Dine. Também não há explicação de por que a ação foi enviada a um tribunal fora da jurisdição dos dois shoppings que seriam alvos do ataque.
O shopping Abasto, afirma o jornal, recebeu cinco denúncias telefônicas de um possível ataque desde o início do mês. Nas redes sociais, circulam mensagens pedindo que as pessoas não visitem os shoppings neste fim de semana. O centro comercial é um dos mais visitados por turistas e fica em uma área de Buenos Aires com grande comunidade judaica.
Até o momento, nenhum meio de comunicação argentino que não seja vinculado ao Grupo Clarín fez menção ao risco de atentado. Consultado pela reportagem, o Ministério de Segurança disse que não tem informações sobre o comunicado ou a denúncia feita pelo jornal.
AMIA
A última vez que a Argentina foi alvo de ação terrorista internacional foi em 1994. Na ocasião, 85 pessoas morreram no ataque a bomba à sede da Amia (Associação Mutual Israelita Argentina), em Buenos Aires.
No entanto, a Justiça considera como responsáveis pelo atentado dois iranianos que teriam agido a mando do governo do país, que é xiita. A rede terrorista Al Qaeda, que estaria por trás das últimas ameaças, é sunita e rival de Teerã.
O caso do atentado da Amia voltou à tona em 14 de janeiro após o promotor Alberto Nisman denunciar a presidente Cristina Kirchner por um suposto acordo entre o governo argentino e o Irã para encobrir os autores do ataque.
Quatro dias depois, o promotor foi encontrado morto em seu apartamento. A Promotoria ainda investiga se Nisman se suicidou ou se foi assassinado. A denúncia dele contra Cristina foi arquivada pela Justiça em maio.