O grupo Estado Islâmico (EI) está cometendo genocídio contra a comunidade yazidi no Iraque, afirmou nessa quinta-feira (12) um estudo do Museu do Holocausto de Washington, que recompila denúncias sobre estupros, torturas e assassinatos.
Os yazidis, que não são árabes nem muçulmanos, são uma minoria de língua curda, que habita principalmente na região de Sinjar, no norte do Iraque, e são considerados pelos jihadistas como hereges politeístas.
Em 2014, os jihadistas fizeram um avanço no norte do Iraque, durante o qual milhares de yazidis foram sequestrados e massacrados.
"O genocídio é cometido contra a população yazidi, especialmente um grande número de mulheres e crianças sequestradas e escravizadas por seus captores", afirmou Cameron Hudson, diretor do Centro de Prevenção do Genocídio Simon-Skjodt, que conduziu a investigação.
O estudo, que foi realizado durante duas semanas em setembro, na província iraquiana de Nínive (norte), fala de relatos terríveis de sobreviventes, que tiveram de abandonar parentes doentes ou idosos para fugir do EI, especialmente "os mais pobres, que não tinham carro e que fugiram a pé".
O documento é revelado num momento em que as tropas curdas apoiadas por assessores militares americanos realizam uma ofensiva para recuperar a cidade de Sinjar, situada numa zona estratégica para as comunicações dos redutos jihadistas no Iraque e na Síria.