Cobertura vegetal

Cidades com mais mata atlântica estão no litoral norte de São Paulo, diz estudo

No ranking das capitais do país que tinham a presença da mata atlântica quando os portugueses aqui chegaram, São Paulo aparece na sexta colocação

Da Folhapress
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Publicado em 15/11/2015 às 12:40
Foto: Welington Pedro de Oliveira
No ranking das capitais do país que tinham a presença da mata atlântica quando os portugueses aqui chegaram, São Paulo aparece na sexta colocação - FOTO: Foto: Welington Pedro de Oliveira
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Ubatuba, Ilhabela e São Sebastião, todas no litoral norte de São Paulo, são os municípios com mais mata atlântica no Estado. De acordo com o Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, lançado na quarta-feira (11), as três cidades têm entre 84% e 85% de cobertura vegetal com exemplares típicos da floresta atlântica.

O documento, feito pela ONG SOS Mata Atlântica em parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), mostra que, entre 2000 e 2014, os maiores desmatamentos paulistas ocorreram no sul do Estado. Eldorado (com 71% de cobertura vegetal), Barra do Turvo (53%) e Jacupiranga (46%) são as localidades que mais perderam florestas, segundo o levantamento, atualizado todos os anos.

No ranking das capitais do país que tinham a presença da mata atlântica quando os portugueses aqui chegaram, São Paulo aparece na sexta colocação. A capital paulista tem 18% de mata atlântica em seus domínios. Mas, vários dos fragmentos que ainda param em pé estão com qualidade ruim para proteção da biodiversidade. Porto Alegre (RS) é a primeira capital da lista, com 32%.

Todos os dados consideram a quantidade de hectares com cobertura vegetal em relação à área que, por lei, deveria estar preservada. Outra possibilidade é analisar os isótopos (variantes de elementos químicos) na casca, o que pode trazer pistas sobre o ambiente onde os ovos foram botados e até sobre a temperatura de "chocagem", o que, por sua vez, traz informações sobre o funcionamento do organismo dos dinos (o consenso hoje é que eles tinham metabolismo de "sangue quente", não muito diferente do dos mamíferos e das aves atuais). Só isso explicaria o crescimento explosivo dos filhotes, que iam de algumas dezenas de centímetros de tamanho no nascimento a monstros gigantescos em poucos anos.

BOCHA

Curiosamente, nas poucas vezes em que ovos de dinossauro em bom estado de preservação foram achados no Brasil, quase sempre a história inclui algum elemento rocambolesco como o jogo de bocha, por exemplo. Parece piada, mas é fato: o primeiro ovo de dinossauro achado no país era usado como bola de bocha por operários que trabalhavam na região de Uberaba, conta Borges Ribeiro. Isso foi em 1945, quando a área estava sendo estudada por Llewellyn Ivor Price, um gaúcho filho de pais americanos que é considerado um dos patronos da paleontologia brasileira.

"Esse ovo perdeu quase toda a casca de tanto levar pancada, mas as impressões internas ficaram preservadas, e o Price conseguiu fazer um estudo comparativo do exemplar com ovos de titanossauros da França", recorda o pesquisador.

Outra coincidência quase tão estranha quanto a do jogo de bocha acompanhou o achado seguinte, de 1967. Langerton Neves da Cunha, auxiliar de campo de Price, estava escavando um poço no quintal de sua casa em Peirópolis quando achou três ovos, vagamente semelhantes aos de galinha. Outras duas descobertas de fósseis do tipo com estado razoável de preservação ocorreram nos anos 1990.

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