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A Tunísia anunciou nesta terça-feira a prorrogação por dois meses do estado de emergência, reinstaurado em todo o país após o atentado suicida contra um ônibus da guarda presidencial, em novembro, que deixou 12 mortos.
O presidente "Beji Caid Essebsi decidiu prorrogar o estado de emergência em todo o território durante dois meses", isto é, "até 21 de fevereiro de 2016", indicou um comunicado da Presidência.
O estado de emergência devia expirar na quarta-feira, 30 dias depois de sua entrada em vigor.
Ele permite às autoridades proibir greves e reuniões "que provoquem ou mantenham a desordem", fechar "salas de espetáculos e de venda de bebidas", assim como "tomar qualquer medida para garantir o controle da imprensa e de publicações de todo tipo".
Há dez dias o governo já suspendeu o toque de recolher, implementado na capital e em sua periferia após o atentado de 24 de novembro.
As forças de ordem multiplicaram revistas e detenções - centenares, segundo as ONGs - desde este novo ataque sangrento, praticado em plena Tunísia.
A Tunísia, descrita como um modelo por sua transição democrática, enfrenta desde sua revolução de 2011 um movimento jihadista que matou dezenas de policiais, militares e civis.
Segundo cifras oficiais, é um dos países que tem mais cidadãos (cerca de 6.000) nas fileiras das organizações jihadistas em Síria, Iraque e na vizinha Líbia.
Antes do ataque suicida contra a segurança presidencial, outros dois grandes atentados foram reivindicados pelo grupo extremista EI em 2015 no museu do Bardo, em março (22 mortos), e contra um hotel em Sussa no final de junho (38 mortos).
O estado de emergência foi reinstaurado pela primeira vez no começo de julho, antes de ser suspenso três meses depois.
Os tunisianos já tinham vivido mais de três anos sob estado de emergência entre 14 de janeiro de 2011, poucas horas antes da fuga do ditador Zine El Abidin Ben Ali até março de 2014.