imigração

MSF denuncia 'resposta catastrófica' da UE à crise migratória

A organização denuncia, ainda, a falta de alternativa às perigosas travessias marítimas dos que fogem de guerras, as cercas de arame farpado erguidas nas fronteiras europeias

Da AFP
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Publicado em 19/01/2016 às 17:10
Foto: FERENC ISZA/AFP
A organização denuncia, ainda, a falta de alternativa às perigosas travessias marítimas dos que fogem de guerras, as cercas de arame farpado erguidas nas fronteiras europeias - FOTO: Foto: FERENC ISZA/AFP
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A organização humanitária Médicos sem Fronteiras (MSF) denuncia, em um informe, publicado nesta terça-feira (19) , a "resposta catastrófica" da União Europeia (UE) à crise migratória de 2015 no continente, aonde chegaram mais de um milhão de migrantes.

Segundo seu informe, intitulado 'Corrida de obstáculos rumo à Europa', a MSF denuncia que 2015 "será lembrado como o ano em que a Europa falhou catastroficamente em sua responsabilidade de responder às necessidades de assistência e proteção de centenas de milhares de pessoas vulneráveis".

O relatório critica as consequências humanitárias da resposta europeia à pior crise migratória desde a Segunda Guerra Mundial, que complicam a situação dos necessitados.

"A União Europeia e os Estados-membros falharam coletivamente na gestão da crise. A concentração de suas políticas na dissuasão, assim como a resposta caótica das necessidades humanitárias dos que fogem pioraram as condições de milhares de homens, mulheres e crianças vulneráveis", disse Brice de le Vingne, diretor de operações da MSF, mencionado em um comunicado.

A organização denuncia, ainda, a falta de alternativa às perigosas travessias marítimas dos que fogem de guerras, as cercas de arame farpado erguidas nas fronteiras europeias, assim como "a mudança constante" dos procedimentos administrativos para os solicitantes de asilo.

Para a MSF, os "muros" erguidos pela Europa "obrigaram a MSF e outras organizações humanitárias a intensificar radicalmente suas atividades nos pontos de entrada na Europa".

A MSF, que ofereceu mais de cem mil consultas médicas no terreno, denuncia as "dramáticas consequências destes obstáculos para a saúde, tanto mental quanto física".

"Estamos em um novo ano, mas sabemos que as pessoas continuarão arriscando suas vidas e nenhuma política restritiva os deterá em sua busca por um futuro melhor para eles e suas famílias", afirmou Aurelie Pnthieu, conselheira da MSF.

"Continuamos pedindo pontos de entrada seguros e exortamos a Europa a que pare de brincar com a vida e a dignidade das pessoas", acrescentou.

Para deter o fluxo de migrantes, a UE selou um acordo com a Turquia, a quem pede que impeça as saídas de migrantes para a Europa. Mas Bruxelas "está longe de estar satisfeita" com a implementação do que foi pactuado.

Em 2015, a UE também aprovou um plano para a distribuição entre os países-membros de 160.000 solicitantes de asilo em dois anos, que chegaram à Itália e à Grécia. Por enquanto, 322 foram realocados em outros países do bloco.

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