O gás mostarda foi utilizado no Iraque em agosto passado, durante o ataque a duas cidades próximas a Erbil, a capital do Curdistão, informaram nesta segunda-feira fontes ligadas à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).
"Os resultados dos testes confirmaram o uso de gás mostarda", indicaram à AFP fontes ligadas à OPAQ, que não quiseram ser identificadas.
Segundo o governo da região autônoma do Curdistão iraquiano, estes ataques foram realizados pelo grupo Estado Islâmico (EI).
O EI realizou 50 disparos de morteiro nas cidades de Gweyr e Majmur, ao sudoeste de Erbil.
Cerca de 40 dessas explosões projetaram um pó branco e um líquido preto, segundo o ministério dos Peshmergas curdos.
Um total de 35 combatentes inalou o gás e alguns foram transferidos para o exterior para tratamento.
O governo da região autônoma declarou em outubro que os testes sanguíneos destes combatentes confirmavam a presença de "traços de gás mostarda".
"A pedido do governo iraquiano, o diretor-geral enviou uma equipe de especialistas ao Iraque para ajudar na investigação sobre a eventual utilização de armas químicas no seu território", indicou o porta-voz da organização, Malik Ellahi.
"A equipe completou sua missão e compartilhou os resultados do seu trabalho técnico com o governo iraquiano", responsável pela publicação dos resultados oficiais da investigação, acrescentou.
O gás mostarda, que provoca transtornos respiratórias, cegueira momentânea e bolhas muito dolorosas, foi usado pela primeira vez pelos alemães na Bélgica em 1917, durante a Segunda Guerra Mundial.
Descrito como "categoria 1", o que significa que é pouco utilizado fora da guerra química, foi proibido pela ONU em 1993.
O EI realizou lançou uma grande ofensiva em junho de 2014 no Iraque que lhe permitiu assumir o controle de grandes áreas ao norte de Bagdá.