O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) vão abrir 20 centros de apoio a mulheres e crianças migrantes, nos próximos três meses. Atualmente existem quatro centros como esses.
Em comunicado, as duas agências das Nações Unidas anunciam que vão criar centros de apoio especificamente pensados para crianças e suas famílias que circulam ao longo das rotas migratórias mais usadas para entrar em território europeu.
“Vinte Centros de Apoio a Crianças e Famílias, que passarão a ser conhecidos como Pontos Azuis, proporcionarão, em um único local, um espaço seguro, com serviços essenciais, atividades de lazer, proteção e aconselhamento”, lê-se no comunicado.
De acordo com as informações, estes centros servem para apoiar as famílias em movimento, especialmente os menores não acompanhados ou que estão separados das suas famílias e que, por isso, correm mais riscos de doença, trauma, violência, exploração e tráfico.
Atualmente existem quatro Pontos Azuis em funcionamento, dois nas ilhas gregas de Kos e Lesbos, um em Idomeni, na fronteira entre a Grécia e a Macedônia, e o quarto na cidade de Gevgeilja, na Macedônia.
A Acnur e o Unicef estimam que levará três meses para que os 20 centros estejam funcionando. Os Pontos Azuis ficarão dispersos pela Grécia, Macedônia, Sérvia, Croácia e Eslovênia, localizados em pontos de entrada/saída, fronteiras, locais de registro e em alguns centros urbanos.
Segundo o Unicef, os centros surgem em um momento em que o número de mulheres e crianças representam dois terços do total de pessoas que atravessam a Europa. “Em fevereiro, 60% dos recém-chegados por mar eram mulheres e crianças. Em setembro de 2015, eram 27%”, refere.
Sobre objetivo da iniciativa, o Unicef acrescenta: “um dos objetivos destes centros é identificar e proteger as crianças e adolescentes que viajam sozinhos e, sempre que possível, reuni-los com suas famílias, desde que seja o melhor para eles”.
O fundo alerta, por outro lado, que muitos jovens tentam se passar por adultos, para evitar atrasos ou que sejam impedidos de continuar viagem, o que os torna mais vulneráveis ao risco de exploração.
“No ano passado, mais de 90 mil crianças não acompanhadas ou separadas das suas famílias foram registradas e requereram asilo ou foram entregues a cuidados especiais na Europa, especialmente na Alemanha e na Suécia”, diz o Unicef.
De acordo com a agência das Nações Unidas, estes centros vão estar claramente identificados e “providenciarão um pacote padrão consistente de serviços que serão prestados por diversas organizações, como a Cruz Vermelha Nacionais e ONG parceiras”.
Entre os vários serviços disponíveis, os centros vão servir para a reunificação de famílias ou para a restauração de laços familiares. No local vai haver um espaço específico para crianças e para as mães, bem como salas privadas para aconselhamento e espaços seguros para as mulheres e crianças dormirem.
As pessoas que forem a estes centros poderão ainda encontrar apoio psicossocial, aconselhamento legal, assistência social e um balcão de informação com ligação Wi-fi.