IRÃ

Iranianos apoiam política de abertura de Rohani e seus aliados

O presidente Hassan Rohani e seus aliados reformistas receberam o apoio dos iranianos a sua política de abertura em duas eleições cruciais realizadas na sexta-feira (26)

Da AFP
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Publicado em 29/02/2016 às 12:31
Foto: ATTA KENARE / AFP
O presidente Hassan Rohani e seus aliados reformistas receberam o apoio dos iranianos a sua política de abertura em duas eleições cruciais realizadas na sexta-feira (26) - FOTO: Foto: ATTA KENARE / AFP
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O presidente moderado Hassan Rohani e seus aliados reformistas receberam o apoio dos iranianos a sua política de abertura em duas eleições cruciais realizadas na sexta-feira (26), nas quais superaram os conservadores sem obter, no entanto, a maioria no parlamento.

Sete meses depois do acordo histórico entre o Irã e as grandes potências sobre seu programa nuclear que tirou o país do isolamento, Rohani conseguiu bons resultados nas eleições legislativas e na da Assembleia dos Especialistas.

Duas figuras do conservadorismo iraniano, Mohamad Yazdi e o aiatolá Mohamad Taghi Mesbah Yazdi, perderam seu posto nesta influente assembleia, encarregada de nomear o guia supremo iraniano.

Trata-se de uma vitória para reformistas e moderados que, no entanto, não conseguiram eliminar da Assembleia o aiatolá Ahmad Janati, chefe do influente Conselho dos Guardiões da Constituição, um órgão chave na vida política do Irã.

O ex-presidente moderado Akbar Hachemi Rafsandjani, o conservador Mohamad Emami Kashani e o próprio presidente Rohani foram eleitos.

O papel desta assembleia de 88 membros é chave porque elege o guia supremo caso faleça durante seu mandato, de oito anos. O guia atual, Ali Khamenei, tem 76 anos.

Também foi reeleito o conservador Sadegh Larijani, nomeado pelo guia e responsável pela autoridade judicial, que acusou os moderados de "tentar eliminar alguns servidores do povo", segundo ele "em coordenação com os meios de comunicação americanos e britânicos".

Sem maioria 

Reformistas e moderados também podem ficar satisfeitos com o resultado nas legislativas (290 deputados no total), das quais ainda não foram divulgados os resultados definitivos. Não conseguiram, no entanto, obter a maioria.

Sua maior vitória foi em Teerã, onde obtiveram 30 assentos, até agora nas mãos dos conservadores. No resto do país os conservadores chegaram na liderança, mas alguns dos mais radicais que se opuseram ao acordo sobre o programa nuclear foram eliminados.

Segundo resultados parciais sobre 259 assentos, os conservadores ganharam 93 e os reformistas 89 (incluindo os 30 de Teerã). Também há 11 independentes dos quais se desconhece a tendência política, quatro conservadores moderados apoiados pelos reformistas e cinco representantes de minorias religiosas. Os 59 deputados restantes serão decididos em um segundo turno em abril ou maio.

Os reformistas boicotaram as legislativas de 2012 e só obtiveram 30 deputados. Agora terão quase três vezes mais, embora muitos não tenham podido se apresentar, ao serem afastados pelo Conselho dos Guardiões da Constituição, que tem direito de veto sobre os candidatos.

O novo parlamento também terá ao menos 14 mulheres, em sua maioria favoráveis a Rohani, contra as nove atuais, todas conservadoras.

Para obter a vitória no parlamento, Rohani apostou pelo acordo com o Ocidente, que entrou em vigor em meados de janeiro, e pelo levantamento de grande parte das sanções internacionais.

O presidente quer colocar em andamento reformas econômicas e sociais antes do fim do primeiro mandato de quatro anos, em 2017, cogitando se apresentar muito provavelmente para um segundo e último mandato.

Os três últimos presidentes iranianos, o moderado Akbar Hachemi Rafsandjani (1989-1997), o reformista Mohamad Khatami (1997-2005) e o conservador Mahmud Ahmadinejad (2005-2013), obtiveram a maioria no parlamento após chegarem ao poder.

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