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ONU quer combater abusos sexuais cometidos por integrantes de forças de paz

Projeto dos Estados Unidos previa repatriar contingentes inteiros de capacetes azuis quando há suspeita de abusos sexuais

Da ABr
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Publicado em 10/03/2016 às 9:08
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Projeto dos Estados Unidos previa repatriar contingentes inteiros de capacetes azuis quando há suspeita de abusos sexuais - FOTO: Foto: AFP
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O projeto de resolução para responder à multiplicação de casos de abusos sexuais imputados a capacetes azuis  (nome pelo qual são conhecidas tropas multinacionais que servem nas Forças de Paz da ONU para a resolução de conflitos internacionais) está dividindo e agitando o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), segundo diplomatas citados pela Agência France Presse (AFP).

Proposto pelos Estados Unidos, o projeto foi apresentado na última sexta-feira (4) na sequência de um relatório do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em que foram sinalizados 69 casos de abusos sexuais cometidos por capacetes azuis em 2015, “um aumento significativo”face a 2014.

O texto previa repatriar contingentes inteiros de capacetes azuis quando há suspeita de abusos sexuais, a fim de exercer pressão sobre os países que fornecem tropas para operações de manutenção de paz, aos quais compete investigar e responsabilizar criminalmente os culpados. Diplomatas norte-americanos esperavam uma votação hoje, mas as diferenças persistem após cinco horas de discussões.

O texto autoriza o secretário-geral da ONU a “substituir todas as unidades militares e/ou de polícia” de um país fornecedor de tropas caso a nação não adote qualquer medida para levar à justiça os responsáveis pelos abusos.

O embaixador britânico Matthew Rycroft saudou a iniciativa, apelando para que o texto seja adotado “sem demora”, enquanto a Rússia e o Egito defenderam que o problema deveria ser tratado pela Assembleia-Geral e não pelo Conselho de Segurança, de acordo com diplomatas citados pela agência AFP. Ban Ki-moon deve se pronunciar hoje diante do Conselho de Segurança sobre o assunto e explicar a razão pela qual escolheu identificar, no seu relatório, a nacionalidade dos capacetes azuis acusados.

Dos 69 casos sinalizados em 2015, mais de metade envolve duas missões de manutenção da paz da ONU: a Minusca (na República Centro-Africana) e a Monusco (na República Democrática do Congo). O relatório indica que as acusações visam soldados ou polícias de 21 países. Cerca de 122 nações fornecem 125 mil soldados e polícias em diferentes missões das ONU Unidas em todo o mundo.

 

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