Delegados de 195 países iniciaram nesta segunda-feira (16) em Bonn a sua primeira sessão de conversações desde a COP21, para dar substância ao ambicioso pacto sobre o clima, mas ainda incompleto, adotado em dezembro para frear o aquecimento global.
Leia Também
- Aberta na ONU reunião que tratará do Acordo de Paris para reduzir efeito estufa
- Acordo de Paris contra alterações climáticas será assinado nesta sexta em Nova York
- Clima: mais de 120 países já declararam intenção de assinar acordo de Paris
- Acordo de Paris fecha ciclo iniciado na Eco-92, mas ainda precisa ser ratificado
Na sessão plenária de abertura, o apelo à mobilização foi, em geral, a favor de uma rápida implementação do acordo.
Os países em desenvolvimento também recordaram como o sucesso do processo dependia do apoio financeiro prometido pelas grandes potências.
"A fase de negociação ficou para atrás, estamos entrando em uma fase de colaboração. O mundo inteiro está unido no seu compromisso", declarou a responsável da ONU pelo clima, Christiana Figueres, abrindo esta sessão que durar até 26 de maio.
O acordo de Paris "nos dá um curso, é uma alavanca extraordinária", declarou a presidente da COP21, a ministra francesa do Meio Ambiente Ségolène Royal: "os alicerces da casa foram construídos".
Em 12 de dezembro, a comunidade internacional adotou em Paris o primeiro acordo universal, comprometendo todos os Estados a agir contra o aquecimento global, para conter um aumento do termômetro "bem abaixo" de 2°C ou 1,5° em relação ao nível de antes da revolução industrial.
Mas o texto não detalha os mecanismos de monitoramento de ações e financiamento prometidos.
Além disso, os compromissos nacionais adotados nesta fase para reduzir as emissões de gases do efeito estufa ajudam a conter a elevação da temperatura a +3°C, o que implica reavaliar essas promessas.
Em Bonn, a sede da Convenção das Nações Unidas sobre as Mudanças do Clima, cerca de 3.000 delegados devem trabalhar para arrumar este grande canteiro de obras, durante a única reunião antes da COP22 em Marraquexe, em novembro.
Os países em desenvolvimento, entre os quais há alguns dos mais vulneráveis às alterações climáticas, reiteraram a urgência de uma ação conjunta e concreta.
"As soluções nunca foram tão baratas", ressaltou Thoriq Ibrahim, das Ilhas Maldívias e presidente do grupo de 44 pequenos Estados insulares.
"A única questão é saber se iremos nos unir para atuar com força suficiente para evitar o desastre", indicou.
Porque "não iremos encontrar uma resposta para o desregramento climático sem uma assistência adequada", acrescentou.
"O trabalho não foi concluído em Paris. Ele apenas começou", resumiu Tosi Mpanu-Mpanu, representante dos países menos desenvolvidos, exigindo, nomeadamente, que a questão do apoio às políticas climáticas nos países em desenvolvimento lidere as prioridades.
Na mesma linha, o "Grupo dos 77 + Chiba" (134 países em desenvolvimento e emergentes) também salientou a importância de agir antes de 2020, data de entrada em vigor do acordo, se o mundo quiser manter os seus objetivos.