A construtora Airbus e as autoridades aeronáuticas da Grécia confirmaram na manhã desta quinta-feira (19) a perda do voo MS-804 da companhia aérea Egyptair, que fazia a ligação entre Paris, na França, e Cairo, no Egito. Um total de 66 pessoas, dos quais 56 passageiros, três seguranças e sete tripulantes, morreram na queda do aparelho no Mar Mediterrâneo, no início das águas territoriais egípcias. As circunstâncias da tragédia são desconhecidas, mas o governo francês não descarta ação terrorista.
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O informe da Airbus foi publicado na página da empresa. "A Airbus lamenta confirmar a perda do A320 da Egyptair, voo MS-804", diz a fabricante, que não entra em detalhes sobre as possíveis causas da queda. Segundo a fabricante, o aparelho, registrado sob o número de série MSN 2088, foi entregue à Egyptair em novembro de 2003 - portanto não antigo demais - e era comandado por uma tripulação que tinha 48 mil horas de voo. "Até aqui não temos mais informações. Airbus está à disposição da agência de investigação francesa, o BEA, e das autoridades encarregadas da investigação para fornecer toda a assistência técnica necessária."
O desaparecimento dos radares aconteceu às 2h29, horário de Paris - 21h29 de Brasília -, supostamente próximo à ilha grega de Karpathos, mas já em águas territoriais egípcias. O avião, que não tinha apresentado nenhum problema mecânico, elétrico ou eletrônico e sua última manutenção, trafegava a 37 mil pés de altitude e não emitiu um alerta de "mayday" ou advertências automáticas antes de se chocar contra as águas do Mediterrâneo. Balizas de localização, entretanto, indicaram a localização de parte dos destroços.
Além das autoridades egípcias, o governo grego enviou dois aviões e helicópteros de busca à região, segundo o comandante da aviação civil grega, Constantin Litzerakos.
Entre os passageiros do avião, havia 30 egípcios e 15 franceses, além de dois iraquianos, e um britânico, um belga, um português, um canadense, um argelino, um saudita, um sudanês, um chadiano e um kuwaitiano.
Em função da tragédia, uma reunião ministerial de crise foi convocada pelo presidente da França, François Hollande, para discutir a hipótese de atentado terrorista. Tanto a França quanto o Egito são alvos do grupo jihadista Estado Islâmico, e os dois países são parceiros políticos e militares na luta contra o extremismo muçulmano.