UNIÃO EUROPEIA

Premiê britânica encerra congresso entre acusações de xenofobia

Em seu discurso de encerramento no congresso de Birmingham, May disse que queria garantir às empresas "uma máxima liberdade de comércio e de funcionamento no mercado único'' europeu

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Publicado em 05/10/2016 às 16:38
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Em seu discurso de encerramento no congresso de Birmingham, May disse que queria garantir às empresas "uma máxima liberdade de comércio e de funcionamento no mercado único'' europeu - FOTO: Foto: PAUL ELLIS / AFP
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A primeira-ministra britânica, Theresa May, encerrou nesta quarta-feira (5) o primeiro congresso do partido Conservador após o Brexit, cujas propostas anti-imigração provocaram diversas reações no Reino Unido.

Em seu discurso de encerramento no congresso de Birmingham, May disse que queria garantir às empresas "uma máxima liberdade de comércio e de funcionamento no mercado único" europeu, mas que o país não votou a favor de sair da União Europeia para "abandonar de novo o controle da imigração".

May afirmou que o Brexit foi uma "revolução", um voto a favor "não só de mudar a relação com a UE, como também de pedir uma transformação no modo como este país funciona, e das pessoas que se beneficiam dele. Para sempre".

Todos os líderes europeus e a Comissão Europeia reiteraram em inúmeras ocasiões que não haverá uma exceção com o Reino Unido para lidar com ambas as situações e que o mercado único é a livre circulação de bens, serviços, capitais e pessoas.


Corbyn: conservadores estão indo "ainda mais baixo"

Com a libra caindo na cotação em relação ao que era há três décadas pela ameaça de uma ruptura traumática com a UE, May também apresentou um programa para ocupar "o centro" político, mas que ficou escondido pelo Brexit e pelas propostas para reduzir a chegada de imigrantes.

Seus ministros propuseram que as empresas britânicas publiquem o número de estrangeiros que empregam - como método de dissuasão -, limitem o número de estudantes estrangeiros, endureçam as condições para receber um visto, ou substituam os médicos e enfermeiras estrangeiros por britânicos.

Afirmaram que os europeus que vivem no Reino Unido não devem assumir que poderão ficar no país, pois isso dependerá da reciprocidade que conseguirem com a União Europeia.

O líder da oposição, o trabalhista Jemery Corbyn, acusou os dirigentes conservadores de "irem ainda mais baixo ao atiçar as chamas da xenofobia e o ódio em nossas comunidades, e acusar os estrangeiros por nossos próprios erros".

O diretor interino das Câmaras de Comércio britânicas, Adam Marshall, considerou também que todas essas medidas "seriam ruins para a economia, criação de empregos e investimento empresarial".


Tomando o espaço do UKIP

Na véspera do encerramento do congresso conservador, foi divulgada a notícia da demissão de Diana James, líder do Partido para a Independência do Reino Unido (UKIP), após 18 dias de sua eleição em substituição a Nigel Farage.

Durante anos, esse partido advogou em prol da saída da UE e da redução da imigração, algo relembrado por Farage nesta quarta-feira.

O que May disse no congresso "é justamente o que eu falava há três ou quatro anos e todos riam de mim por isso", assegurou Farage, que negou sua volta à liderança do partido que o demitiu após sua vitória pessoal no plebiscito sobre a UE em 23 de junho.

"Acredito que Theresa May esteja fazendo um bom trabalho colocando suas peças no terreno do UKIP", considerou Matthew Goodwin, professor da Universidade de Kent e especialista no partido de Farage, à rádio BBC.

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