Dezenas de manifestantes que exigiam os mesmos direitos de oração para mulheres e homens no Muro das Lamentações, em Jerusalém, entraram em confronto nesta quarta-feira com judeus ortodoxos que tentavam bloquear o seu acesso ao local sagrado, constatou um fotógrafo da AFP.
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O movimento "Mulheres do Muro" tem lutado há anos pelo direito atualmente reservado aos homens de orar e ler a Torá coletivamente e em voz alta em frente ao Muro das Lamentações e vestir o manto de oração.
O grupo é apoiado por movimentos judaicos liberais que dão igual espaço para mulheres e homens em seus rituais.
Hoje, as mulheres oram individualmente em um espaço dedicado a elas no Muro.
Dezenas delas, apoiadas por muitos rabinos e membros de comunidades judaicas não-ortodoxas estrangeiros, marcharam em direção ao Muro, em um gesto de desafio.
Os 200 manifestantes entraram em confronto com um grupo de homens ortodoxos, que tentaram impedir as mulheres de entrar em seu espaço de oração.
Depois da confusão
Após muita confusão, a mulheres finalmente conseguiram entrar.
"Tudo o que pedimos é que os ultra-ortodoxos não exerçam um monopólio sobre o judaísmo e que o governo reconheça que não há uma única maneira de ser judeu em Israel ou no exterior", declarou a manifestante Sylvie Rozenbaum.
O rabino do Muro, Shmuel Rabinowitz, denunciou uma "provocação". Elas "feriram a sensibilidade de milhares de homens e mulheres fiéis" e "profanaram a Torá passando os pergaminhos de mão em mão como um objeto vulgar", reclamou.
Depois de anos de disputa, o governo decidiu em janeiro de 2016 estabelecer um espaço de oração conjunta, ao sul do Muro das Lamentações. Mas esse espaço ainda não existe oficialmente, devido à oposição de partidos ultra-ortodoxos no governo de coalizão de Benjamin Netanyahu.